De acordo com Fávaro, a expectativa é de que a abertura aconteça ainda neste anoAntônio Cruz / Agência Brasil

Brasília - O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmou compromisso de trabalhar "pessoalmente" com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, para a abertura de mercado para a comercialização da carne bovina brasileira no país. A expectativa é que, ao final da visita do governo brasileiro ao Japão, seja estabelecido um cronograma para tal processo.

A declaração do ministro aconteceu nesta terça-feira, 25, após reunião com integrantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) no Japão para tratar do assunto. Lula e integrantes da comitiva brasileira participaram do encontro.

"Lula ouviu por parte dos empresários o quanto isso abertura de mercado para comercialização da carne bovina é importante para o Brasil, para a geração de emprego, para formar preços das nossas proteínas, inclusive para a população brasileira", afirmou Fávaro a jornalistas. "O presidente fez um compromisso pessoal de seu empenho total para que isso, então, se torne uma realidade."

Nesse empenho, Lula fez um compromisso para trabalhar pessoalmente com o primeiro-ministro do Japão para a abertura de mercado e para que, ao final da visita ao Japão, sejam estabelecidos prazos para que o País conquiste tal mercado.

De acordo com Fávaro, a expectativa é de que a abertura aconteça ainda neste ano. "A gente está trabalhando para que isso esteja no documento para que consigamos efetivamente abrir o mercado da carne bovina e o reconhecimento de outros Estados brasileiros, que não só Santa Catarina, para livres de febre aftosa sem vacinação", comentou. "Vamos trabalhar para que o processo que se arrasta há mais de 20 anos tenha um cronograma célere e rápido. Essa é a intenção", prosseguiu.

O ministro pontuou que um dos riscos para o Japão é que, com a abertura de mercado, o Brasil possa tirar a competitividade dos produtores locais. "Mas todos os países que abriram mercado para as proteínas brasileiras tiveram estabilidade principalmente inflacionária no preço dos alimentos, na qualidade dos produtos, e é isso que estamos tentando demonstrar", comentou.

Fávaro afirmou que, em dois anos de governo, foram abertos 344 novos mercados para os produtos da agropecuária brasileira. "O Brasil atinge um patamar de segurança alimentar para o mundo, garantindo que em qualquer crise alimentar e sanitária, o Brasil consegue ser suprimento para todos os países do mundo."
"Brasil conseguirá oferecer produtos a preços competitivos"
Fávaro avaliou que o Brasil vai conseguir oferecer carne, grãos e fibras de qualidade ao mundo a preços competitivos, mesmo com a guerra tarifária que está sendo instalada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em sua visão, tal cenário internacional se estabelece como uma "oportunidade" à agropecuária brasileira.

"Eu tenho certeza de que o Brasil é muito competitivo e vai conseguir oferecer para o mundo carne, grãos e fibras de qualidade a preços competitivos, mesmo com essa guerra tarifária que está sendo instalada", disse.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, que acompanhou Fávaro na fala aos jornalistas, disse que a política de elevação tarifária não é algo "sustentável" no médio prazo. "Nós esperamos que o comércio voltará à normalidade, mas o fato é que, mais do que problema, essa política americana se apresenta como uma grande oportunidade para o Brasil acessar novos mercados."

Em sua avaliação, "a política tarifária americana está exportando inflação para o mundo inteiro, reduzindo comércio e criando incertezas". "O pior de tudo é que, além de exportar problemas, também não traz solução para seu próprio povo."