Mediana para o IPCA de 2025 permaneceu em 5,65% pela segunda semana seguidaMarcello Casal Jr/Agência Brasil

A projeção dos analistas para a inflação de 2025 e estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano foram mantidas, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 7, pelo Relatório Focus do Banco Central. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 permaneceu em 5,65% pela segunda semana seguida. Está 1,15 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 5,68%. Considerando só as 36 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 5,64% para 5,48%.

A projeção para o IPCA de 2026 se estabilizou em 4,50% - colada ao teto da meta -, pela segunda semana seguida. Um mês antes, estava em 4,40%. Considerando apenas as 35 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,50% para 4,42%.

O Banco Central espera que o IPCA some 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último Relatório de Política Monetária (RPM). A autarquia trabalha com o terceiro trimestre de 2026 como horizonte relevante, mas o período deve mudar para o quarto trimestre na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 6 e 7 de maio.

O colegiado já aumentou a taxa Selic em 3,75 pontos porcentuais desde setembro, para 14,25%, incluindo uma rápida elevação de 3 pontos entre dezembro e março. Na ata da sua última reunião, do dia 19, o Copom indicou que deve elevar os juros novamente em maio, embora com uma alta inferior a 1 ponto porcentual.

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela sétima semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 ficou em 3,78% pela terceira semana seguida.
PIB
A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 se estabilizou em 1,97%, após três semanas de queda. Um mês antes, era de 2,01%. Levando em conta apenas as 22 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 2,00% para 1,99%.

No mais recente Relatório de Política Monetária (RPM), o Banco Central diminuiu a sua projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,1% para 1,9%. Segundo a autarquia, a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, devido à política monetária contracionista - mas a incerteza sobre a estimativa aumentou.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 se manteve em 1,60% pela terceira semana seguida. Um mês antes, era de 1,70%. Considerando só as 20 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, subiu de 1,60% para 1,80%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0%. Um mês antes, era de 2,0%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 56ª semana seguida.
Selic
A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15% pela 13ª semana seguida - sugerindo que os juros terão de subir 0,75 ponto porcentual acima do nível atual, de 14,25%. O Comitê de Política Monetária (Copom) tem elevado a taxa e já sinalizou um novo aumento, menor do que 1 ponto porcentual, na sua próxima reunião, dos dias 6 e 7 de maio.

Considerando apenas as 34 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 também permaneceu em 15,0%.

Com isso, o mercado espera que a Selic suba ao maior nível desde maio de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75%. Nessa época, os juros estavam em queda depois de terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21.

A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela décima semana consecutiva. Levando em conta apenas as 34 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 12,75% para 11,63% - ou seja, está entre 11,50% e 11,75%.

A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela oitava semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,00% pela 15ª semana consecutiva.

No último ciclo de comunicações, o Copom disse que, para além de maio, a magnitude total do ciclo será ditada pelo seu "firme compromisso de convergência da inflação" e dependerá da evolução do cenário. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou em 27 de março que o comitê quer reunir a maior quantidade de informações possível para ganhar confiança sobre o processo de convergência.

"Querer garantir esse grau de liberdade sem um guidance significa que a gente quer continuar reunindo informações para ir analisando, reunindo essas informações a partir de um cenário de pós elevação da taxa de juros do patamar que nós temos", disse Galípolo, durante entrevista coletiva para comentar o Relatório de Política Monetária (RPM), que substituiu o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).