Mediana para o IPCA de 2025 permaneceu em 5,65% pela segunda semana seguidaMarcello Casal Jr/Agência Brasil
A projeção para o IPCA de 2026 se estabilizou em 4,50% - colada ao teto da meta -, pela segunda semana seguida. Um mês antes, estava em 4,40%. Considerando apenas as 35 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,50% para 4,42%.
O Banco Central espera que o IPCA some 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último Relatório de Política Monetária (RPM). A autarquia trabalha com o terceiro trimestre de 2026 como horizonte relevante, mas o período deve mudar para o quarto trimestre na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 6 e 7 de maio.
O colegiado já aumentou a taxa Selic em 3,75 pontos porcentuais desde setembro, para 14,25%, incluindo uma rápida elevação de 3 pontos entre dezembro e março. Na ata da sua última reunião, do dia 19, o Copom indicou que deve elevar os juros novamente em maio, embora com uma alta inferior a 1 ponto porcentual.
A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela sétima semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 ficou em 3,78% pela terceira semana seguida.
No mais recente Relatório de Política Monetária (RPM), o Banco Central diminuiu a sua projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,1% para 1,9%. Segundo a autarquia, a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, devido à política monetária contracionista - mas a incerteza sobre a estimativa aumentou.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 se manteve em 1,60% pela terceira semana seguida. Um mês antes, era de 1,70%. Considerando só as 20 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, subiu de 1,60% para 1,80%.
A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0%. Um mês antes, era de 2,0%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 56ª semana seguida.
Considerando apenas as 34 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 também permaneceu em 15,0%.
Com isso, o mercado espera que a Selic suba ao maior nível desde maio de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75%. Nessa época, os juros estavam em queda depois de terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21.
A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela décima semana consecutiva. Levando em conta apenas as 34 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 12,75% para 11,63% - ou seja, está entre 11,50% e 11,75%.
A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela oitava semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,00% pela 15ª semana consecutiva.
No último ciclo de comunicações, o Copom disse que, para além de maio, a magnitude total do ciclo será ditada pelo seu "firme compromisso de convergência da inflação" e dependerá da evolução do cenário. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou em 27 de março que o comitê quer reunir a maior quantidade de informações possível para ganhar confiança sobre o processo de convergência.
"Querer garantir esse grau de liberdade sem um guidance significa que a gente quer continuar reunindo informações para ir analisando, reunindo essas informações a partir de um cenário de pós elevação da taxa de juros do patamar que nós temos", disse Galípolo, durante entrevista coletiva para comentar o Relatório de Política Monetária (RPM), que substituiu o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
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