Alimentação e bebidas recuou -0,01%Agência Brasil
Dessa forma, o IPCA volta para o limite da meta do governo, de até 4,5% no acumulado de 12 meses. O índice chegou a ficar 13 meses fora do intervalo de tolerância.
Meta
Desde o início de 2025, o período de avaliação da meta é referente aos 12 meses imediatamente passados e não apenas o alcançado no fim do ano (dezembro). A meta é considerada descumprida se estourar o intervalo de tolerância por seis meses seguidos.
O boletim Focus da última segunda-feira (08), sondagem do Banco Central (BC) com agentes do mercado financeiro, estima que a inflação oficial ao fim de 2025 será de 4,40%.
A trajetória de alta começou em setembro do ano passado, por causa da preocupação do BC com a escalada da inflação.
O juro alto encarece o crédito e desestimula investimentos e o consumo, dessa forma, funciona como um freio na economia, reduzindo a procura por produtos e serviços e, consequentemente, esfriando a inflação.
O índice
A coleta de preços é feita em dez regiões metropolitanas - Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre - além de Brasília e nas capitais Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma alta de 0,01% em outubro para um recuo de 0,01% em novembro, sem contribuição (0,00 ponto percentual) para a taxa de 0,18% registrada pelo IPCA do último mês.
O índice de difusão de itens alimentícios, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 49% em outubro para 64% em novembro.
De 168 itens alimentícios, 107 tiveram alta em novembro, enquanto 61 registraram variação igual ou menor do que zero. Entre os alimentícios com queda, o peso maior de alguns deles dentro da cesta de consumo das famílias contribuiu para que o resultado geral de alimentação ficasse negativo, explicou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.
O custo da alimentação no domicílio caiu 0,20% em novembro, sexto mês seguido de quedas. Ficaram mais baratos o tomate (-10,38%), leite longa vida (-4,98%) e arroz (-2,86%). O café moído recuou 1,36% em novembro, impacto de -0,01 ponto porcentual no IPCA. O item acumulou uma queda de 4,83% em cinco meses consecutivos de redução de preços.
Segundo Gonçalves, as tarifas afetaram as expectativas sobre a demanda e, consequentemente, os preços, mas as quedas recentes ainda são modestas para repor tudo o que aumentou recentemente. O produto ainda acumula uma elevação de 42,79% em 12 meses.
Na direção oposta, houve aumentos em novembro no óleo de soja (2,95%) e nas carnes (1,05%).
A alimentação fora do domicílio subiu 0,46% em novembro: o lanche aumentou 0,61%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,35%.
O grupo Alimentação e bebidas acumula uma alta de 3,88% em 12 meses, variação mais branda desde maio de 2024, quando estava em 3,56%.
A gasolina caiu 0,42%, após ter registrado alta de 0,29% em outubro, enquanto o etanol avançou 0,39% nesta leitura, após alta de 0,85% na última.
Segundo o IBGE, a variação de 0,22% do grupo Transportes refletiu principalmente a alta de 11,90% no subitem passagem aérea, principal impacto individual (de 0,07 ponto percentual) no resultado de novembro.
A energia elétrica residencial aumentou 1,27% em novembro, um impacto individual de 0,05 ponto percentual no IPCA do mês. A bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona uma cobrança de R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos, manteve-se a mesma vigente no mês anterior.
O aumento na energia foi decorrente de reajustes de 19,56% em Goiânia a partir de 22 de outubro; de 11,21% em Brasília desde 22 de outubro; de 16,05% em uma das concessionárias em São Paulo a partir de 23 de outubro; e de 21,95% em uma das concessionárias em Porto Alegre em 22 de novembro.
A energia elétrica residencial acumulou uma alta de 15,08% no ano, principal impacto no IPCA do período, uma contribuição de 0,58 ponto percentual. Nos últimos 12 meses, o subitem subiu 11,41%, impacto de 0,46 ponto percentual. Ainda em Habitação, as tarifas de água e esgoto subiram 0,29%, e o gás encanado recuou 0,01%.
O destaque foi o avanço de 4,09% no subitem hospedagem, que resultou num impacto de 0,03 ponto percentual na inflação de novembro.
O subitem hospedagem saltou 178,93% em Belém, que sediou, em novembro, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30.
O grupo deu contribuição zero para a taxa de 0,18% do IPCA do último mês. O recuo no grupo foi sustentado pela queda de 1,07% nos artigos de higiene pessoal, após uma elevação de 0,57% do mês anterior.
"Artigos de residência teve a taxa mais baixa para meses de novembro desde o início do Plano Real", ressaltou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.
Em novembro, os destaques no grupo foram as reduções de preços nos eletrodomésticos e equipamentos (-2,44%) e TV, som e informática (-2,28%).
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