Luiz Césio Caetano destacou o potencial de crescimento econômico apontado no estudo da FirjanFirjan/Divulgação

Estudo desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), “Rio de futuro: vocações e potencialidades econômicas do Rio de Janeiro” identificou nove novas fronteiras de desenvolvimento capazes de transformar a indústria fluminense nos próximos anos. No cenário base, o PIB da indústria fluminense cresceria R$ 279 bilhões em 10 anos.
Com o estímulo estratégico dessas vocações, o crescimento pode chegar a R$ 489 bilhões em igual período, um acréscimo de R$ 210 bilhões — mais que dobrando o potencial de expansão da indústria fluminense. O estudo foi entregue ao prefeito Eduardo Paes, e ao secretário de Estado da Casa Civil, Nicola Miccione, em evento nesta quarta-feira, 10, na sede da Firjan.

Há projeção de geração de 676 mil empregos adicionais — equivalente a todo mercado de trabalho formal do Mato Grosso do Sul —, além de aumentar de 17% para 23% a participação da indústria fluminense no PIB industrial do País.
O estudo se baseou na análise de indicadores econômicos nacionais, como os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Banco Central (BC), entre outros, e na escuta a 200 especialistas com notório conhecimento do estado, empresários e gestores públicos, gerando o mapeamento de 125 atividades industriais no Rio de Janeiro.

Rio de futuro: desafios

“O estímulo a essas novas fronteiras é imprescindível. Não podemos deixar passar a oportunidade de estabelecer um verdadeiro marco para o desenvolvimento econômico e social do Estado do Rio. É importante que gestores públicos tenham a percepção de todo o potencial apontado pelo estudo”, destaca o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

De acordo com Eduardo Paes, o estudo mostra que a indústria fluminense tem um norte de crescimento. “Bússola é o nome deste documento da Firjan. É bom que a indústria do Rio sabe onde quer chegar. Esse é um documento que pode nortear as ações do poder público”, enfatizou o prefeito.

No estudo também houve a divisão das vocações e potencialidades em dois grandes grupos: Estruturantes (Petróleo e Gás, Infraestrutura, Metalmecânico e Construção), com potencial de geração de 438 mil empregos; e Consumo (Alimentos e Bebidas, Audiovisual e TIC, produtos químicos e farmacêuticos, moda, têxtil e confecção, e papel e gráfico), que pode criar mais 238 mil postos de trabalho.
Outro aspecto destacado no estudo da Firjan é a percepção, por parte dos atores envolvidos na pesquisa, da necessidade de enfrentar desafios estruturais. Entre eles, a segurança pública. Em levantamento recente realizado pela federação, dois em cada três industriais do Rio de Janeiro afirmaram que suas decisões de investimentos são impactadas pela falta de segurança.

Também foi apontada a importância de o estado contar com um fornecimento de energia mais estável e previsível. Em 2024, as perdas de energia geraram um prejuízo de R$ 1,7 bilhão, volume suficiente para abastecer as residências fluminenses por cinco meses.

Os participantes das entrevistas ressaltaram ainda que a malha viária fragmentada, a baixa integração entre portos e a ausência de intermodalidade representam barreiras à competitividade. Por isso, defendem que o estado avance na construção de uma infraestrutura logística integrada — aeroporto, porto, ferrovia e rodovia funcionando de forma articulada.

Por fim, reforçam que estabilidade e previsibilidade regulatória, aliadas à competitividade tributária, são condições essenciais para viabilizar investimentos de longo prazo no Rio de Janeiro.

A Firjan informou que, a partir de fevereiro, iniciará um cronograma de ações com base no estudo, incluindo a apresentação dos resultados a industriais de todas as regiões do estado e a candidatos às eleições de 2026.