Formatura de policias militares do Rio de JaneiroDivulgação/PMERJ

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou em sua rede social nesta sexta-feira, 17, uma nova cláusula no edital do concurso para a Polícia Militar. Segundo ele, foi eliminado o limite de 10% das vagas para mulheres. Com isso, ficou estabelecido que a classificação obedecerá o critério de notas, independentemente do sexo do candidato.
Castro informou ainda que foi contratada uma nova empresa para realizar a aplicação das provas objetivas e discursivas, após o concurso deste ano ter sido anulado devido a denúncias de fraude.
O novo processo seletivo para a PM tem quase 120 mil candidatos inscritos.
Em nota, o Governo do Estado informou que um acordo obtido pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu a continuidade do concurso seletivo para preencher duas mil vagas para o Curso de Formação de Soldados (CFSd) da Secretaria de Estado de Polícia Militar. 
O concurso foi suspenso em outubro por medida cautelar do ministro do STF Cristiano Zanin, ao deferir Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR), contestando a cláusula do edital com limite de vagas para mulheres.
"Este acordo foi uma vitória que deve ser comemorada por toda a sociedade fluminense. A retomada do concurso para soldado da Polícia Militar é a garantia de que poderemos voltar ao ritmo planejado de recomposição do efetivo da Corporação. A cada ano, perto de mil policiais se afastam por aposentadoria, licença médica, invalidez, entre outros motivos. Portanto, a renovação dos quadros da Polícia Militar precisa ser permanente", afirmou o governador.
Concurso anulado 
Em agosto, o governador decidiu anular a prova objetiva do concurso da PM que oferecia duas mil vagas para soldado. A decisão ocorreu após a aplicação das provas ter sido alvo de várias denúncias de fraudes. Segundo os participantes, havia candidatos utilizando celulares durante o exame.
Os exames do concurso — organizado pelo Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade) — foram aplicados em mais de 120 locais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Nas redes sociais, candidatos reclamaram da falta de estrutura nesses endereços, o que teria comprometido a segurança da seleção.
Segundo eles, em muitos locais não havia compartimento para guardar o celular, e candidatos chegaram a usá-los para fazer consultas. Vídeos e fotos dentro das salas de prova circularam na internet, assim como mensagens em grupos privados de candidatos admitindo a "cola".
Castro, na época, afirmou que anular a prova objetiva não significava o cancelamento da seleção. "Isso é o cancelamento do concurso? De forma alguma. O concurso continuará firme", disse o governador.