Durante o pronunciamento, Esther afirmou que a medida mais segura é o adiamento das provas. "A conclusão que tivemos hoje é que é impossível fazer a prova no Rio Grande do Sul. O nosso objetivo, desde o início, é garantir o acesso de todos os candidatos", disse a ministra. "A solução mais segura para todos os candidatos de todo o país é o adiamento da prova", acrescentou.
"Com o adiamento vamos garantir que todas as 2,1 milhões de pessoas tenham as mesmas condições para a realização da prova. E teremos um concurso com respaldo jurídico importante", acrescentou. Segundo Esther, decisão garante integridade dos participantes, inclusive física, em todos os lugares que seria "impossível a aplicação dos exames".
A ministra destacou que ainda não há uma nova data para a aplicação das provas. "Em algumas semanas teremos uma posição sobre as novas datas, devido à logística necessária para a realização", disse.
O ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, que é natural do Rio Grande do Sul, afirmou que a situação do estado é crítica. "O número de óbitos não para de aumentar, assim como o número de desaparecidos e os pontos de bloqueio em rodovias. As cidades estão sem acesso à internet, sem acesso à energia elétrica, e nós já estamos sofrendo com problemas de desabastecimento", disse.
Pimenta destacou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao estado e afirmou que o governo estabeleceu as prioridades de ação. "A primeira delas é o trabalho de resgate. Muitas pessoas ainda estão ilhadas e desaparecidas. Em segundo lugar, o trabalho de restabelecimento de trafegabilidade, energia, internet e o abastecimento de água. O combustível, a garantia do trânsito das ambulâncias e uma série de outras situações que estão criando um cenário muito difícil, muito delicado pelo nosso estado. Em terceiro lugar, é o apoio humanitário às pessoas que estão desabrigadas, o apoio aos abrigos, às prefeituras e às iniciativas comunitárias", ressaltou.
"A garantia é que ninguém no Estado do Rio Grande do Sul será prejudicado, ninguém será impedido de participar do concurso. Se não puder fazer a prova no domingo, vamos ter que construir outra alternativa", disse Pimenta no programa Bom Dia, Ministro, da EBC.
O que vai acontecer com as provas e com os candidatos do concurso?
Na coletiva de imprensa, a ministra da Gestão disse que o objetivo é aplicar a mesma prova, ou seja, com o mesmo conteúdo, na nova data. Os papéis já tinham sido encaminhados para 65% das cidades onde o concurso vai ser realizado. O governo prometeu coletar essas provas e mantê-las em locais seguros monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O Ministério da Gestão gastou R$ 160 milhões com a contratação da Fundação Cesgranrio, banca que formulou e vai aplicar as provas. O custo deve aumentar com o adiamento da prova. A ministra, no entanto, disse que é impossível prever qual será o aumento de despesas nesse momento. De qualquer forma, o dinheiro vai sair do Orçamento da União.
Ainda será preciso verificar se todos os locais de prova estarão disponíveis em uma nova data, se as pessoas contratadas para dar apoio e fiscalizar o processo poderão trabalhar em outro dia e se realmente a prova aplicada será a mesma. Por essas razões, é impossível marcar a nova data neste momento para a realização do concurso, disse Esther.
O Ministério da Gestão, a Advocacia-Geral da União, a Defensoria Pública da União e a Procuradoria do Estado do Rio Grande do Sul assinaram um termo de acordo com o adiamento da prova.
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