As irmãs Maria (E) e Ivanilda Gomes votaram em seção na Unisuam, em BonsucessoLuiz Maurício Monteiro

Rio – Depois da atmosfera de animosidade que marcou a eleição presidencial de 2022, a paz reinou nas primeiras horas de votação para prefeito e vereadores neste domingo (6). Ao menos, foi o que garantiram eleitores que compareceram à seção na Unisuam, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio de Janeiro, exibindo colados à roupa adesivos com nome e legenda dos candidatos de preferência.
Morador do bairro, o tradutor Eduardo Dias, de 33 anos, foi direto: "Este ano está bem tranquilo".
Já a namorada dele, a professora Tamara Barbosa, 37 anos, cita as lembranças do pleito de dois anos atrás para reforçar o clima amistoso desta vez: "Em 2022, aqui mesmo, uma pessoa arrancou meu adesivo. Mas agora, está tranquilo. Meu candidato até já fez panfletagem aqui".
A sensação de que a hostilidade de 2022 não se repete em 2024 foi compartilhada por outros eleitores. A dona de casa Maria Gomes, de 38,, que reside em Ramos, passa uma dimensão do clima naquele ano: "Teve muita confusão, muita gente arrumando problema com outras pessoas. Dava até medo de sair. Mas desta vez, estão respeitando mais".
A irmã de Maria, a autônoma Ivanilda Gomes, 31 anos, moradora de Bonsucesso, relembra o clima mais pesado na eleição que deu mais um mandato a Luiz Inácio Lula da Silva (PT): "Recebi muitos olhares de cara feia, as pessoas encarando. Mas hoje está mais calmo”.
Em meio a tal calmaria, a operadora de caixa Samara Bezerra, de 28, que mora no Complexo da Maré, foi votar acompanhada do filho de 7 anos. Mas a realidade de 2022 foi outra, o que, no entanto, não a fez repensar a iniciativa de colar um adesivo do candidato favorito na roupa: “A última eleição foi conturbada. Vim com a camisa do meu presidente, e me xingaram, falaram palavras de baixo calão. Mas isso não me intimidou para hoje. Vim tranquila".
Assim como a assessora de planejamento Daniela de Jesus, de 48 anos, da Ilha do Governador: “Na última, me pressionaram, mas não dei atenção. A gente tem o pensamento de melhorar o país, e só quer cumprir a missão de votar. Não pensei em abrir mão do adesivo porque visto meu candidato, que merece todo meu apoio", concluiu.