Após se declarar neutro, presidente do PDT comparece em ato de campanha de Leitão em FortalezaDivulgação
Após se declarar neutro, presidente do PDT comparece em ato de campanha de Leitão em Fortaleza
Aceno ao petista ocorre após críticas do presidente licenciado da legenda e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, aos que se aliaram ao candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Depois de declarar neutralidade e ver parte da ala ligada a Ciro Gomes prestar apoio ao bolsonarista André Fernandes (PL) o presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e deputado federal pelo Ceará, André Figueiredo, participou no domingo, 15, de uma caminhada por bairros de Fortaleza com Evandro Leitão (PT).
O aceno ao petista ocorre após críticas do presidente licenciado da legenda e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, aos que se aliaram ao candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na capital cearense em detrimento do candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em vídeo publicado na última quinta-feira, 17, o ministro classificou Fernandes como o representante da "direita raivosa e carcomida" e "filhote da ditadura", em referência a uma fala de Leonel Brizola, quadro histórico da sigla.
O PDT faz parte da base do governo Lula, mas no Ceará rivaliza com os petistas por influência de Ciro Gomes. O representante pedetista na eleição em Fortaleza, o atual prefeito José Sarto, tentou a reeleição, mas recebeu 164.402 votos (11,75%) e ficou em terceiro lugar no primeiro turno.
Um dos integrantes do PDT que prestaram apoio a Fernandes é o ex-prefeito Roberto Cláudio, antecessor de Sarto, cuja participação na campanha do candidato do PL foi alvo de ação na Justiça movida por Leitão e sua coligação. Roberto foi prefeito por dois mandatos, entre 2013 e 2019 - sendo eleito pelo PDT no segundo mandato - e declarou "voto útil" em Fernandes no último sábado, 12, em nota pelas redes sociais.
O nome de Cláudio está envolvido na novela que resultou no rompimento entre os partidos, em 2022. Ciro tentou emplacar o ex-prefeito para o governo do Estado em detrimento da então governadora e integrante do PDT, Izolda Cela. Izolda foi vice do atual ministro da Educação, Camilo Santana, de 2015 até 2022, quando ele deixou o cargo para concorrer a uma vaga ao Senado.
O PT apoiava a campanha da então governadora, natural candidata à reeleição, mas a ala cirista conseguiu que o ex-prefeito de Fortaleza saísse candidato. Em retaliação, os petistas lançaram Elmano de Freitas, que venceu o pleito, enquanto o candidato de Ciro nem sequer chegou ao segundo turno. Izolda deixou o PDT e se juntou ao PSB - na mesma cerimônia em que Cid Gomes, irmão de Ciro e que deixou o PDT por divergências com o ex-governador do Ceará, se filiou ao partido.
Disputa acirrada nas pesquisas eleitorais
O duelo equilibrado entre Fernandes e Leitão passa do círculo político e chega ao eleitoral. Nas quatro pesquisas divulgadas no segundo turno, o bolsonarista e o petista aparecem empatados. No levantamento mais recente, realizado pelo Instituto Quaest e divulgado na sexta-feira, 18, Fernandes e Leitão estão empatados com 43% cada um. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais. Indecisos somam 4%, e outros 10% pretendem votar em branco ou nulo.
A pesquisa da Quaest foi contratada pela TV Verdes Mares e entrevistou 900 eleitores de Fortaleza entre os dias 15 e 17 de outubro. O nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no TSE sob o protocolo CE-01540/2024.
No primeiro turno, Fernandes ficou na liderança, com 562.305 votos (40,2% dos votos válidos), enquanto Leitão terminou em segundo, com 480.174 votos (34,3% dos votos válidos). A capital do Ceará é a maior cidade do País onde haverá um confronto direto entre o PT, do presidente Lula, e o PL, de Bolsonaro
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