Marcos Junior faz coleção com presen-tes de Dragon Ballz Z que ganhou dos fãs. Até companheiros de time (ao lado) entraram no personagemArquivo pessoal

Rio - O nome é Marcos Junior, mas pode chamar de Kuririn. O apelido de 2015 só virou marca registrada nas comemorações de gols pelo Fluminense em 2018 e foi adotado de vez no Japão. Ao assumir o personagem do anime (desenho japonês) Dragon Ball Z, o atacante caiu nas graças dos torcedores e dos jogadores do Yokohama Marinos.
Quando ainda estava no Rio, Marcos Junior eternizou o apelido numa tatuagem do personagem no antebraço esquerdo. Mas somente ao desembarcar no Japão ele teve a real noção do sucesso que o anime faz em sua terra natal. Quase diariamente, o atacante ganha algum presente relacionado. Só de bonecos do Kuririn (o melhor amigo de Goku, personagem principal de Dragon Ball Z) são sete. Até mesmo os companheiros o presentearam com uma camisa temática em seu aniversário. E, claro, fizeram questão de tirar foto com a comemoração que virou a marca registrada do brasileiro.
"Quando cheguei o pessoal só falava disso (Dragon Ball). Os caras são fanáticos demais, recebo muitos presentes: bonecos, fotos, figurinhas. Um torcedor me prometeu dar um boneco do Kuririn de 1 metro. Estou esperando, uma hora ele vai aparecer. No Japão, os torcedores gostam de prestigiar o jogador, somos tratados como reis, eles dão presente sem querer nada em troca. Estou guardando tudo para levar para o Brasil", contou o atacante, que pretende ir a um parque temático de animes em Tóquio, com Dragon Ball como uma das principais atrações.

Marcos Junior - reprodução Instagram
Marcos Juniorreprodução Instagram

Com apenas dois meses, Marcos Junior se surpreende com a velocidade em que se adaptou ao Japão. Mesmo sem falar o idioma - precisa da ajuda de um tradutor nos treinos -, ele já se sente em casa e até marcou um gol em sua estreia pelo Yokohama Marinos. Para o atacante, o apelido não foi determinante, mas ajudou.
"Mesmo se não tivesse esse apelido eu ia ser bem recebido, mas ajudou bastante porque eles são apaixonados por Dragon Ball Z. Fui acolhido e não tive muita dificuldade. A qualidade de vida é muito boa, a paz nas ruas, tudo direitinho... Eles me receberam muito bem, estou feliz demais e pretendo ficar aqui por bastante tempo", disse.

Detalhe da tatuagem no braço esquerdo de Marcos Junior - Arquivo pessoal
Detalhe da tatuagem no braço esquerdo de Marcos JuniorArquivo pessoal

O apelido de Kuririn surgiu em 2015 quando torcedores do Fluminense fizeram uma montagem com Marcos Junior. Era uma brincadeira em resposta ao fato de o Paysandu, adversário na Copa do Brasil, ter (Yago) Pikachu, outro famoso personagem de anime japonês. Na época, o atacante tricolor não se importou muito, até que em 2018 resolveu comemorar seus gols na goleada por 4 a 0 sobre Flamengo fazendo o Kamehameha, golpe mais famoso de Dragon Ball Z. Não parou mais.
"Eu gostava de Dragon Ball Z, mas nunca fui fã e não me identificava com nenhum personagem. Achava engraçado e só (o apelido). Aí fiz a comemoração, uma ideia de um amigo, e virei o Kuririn. Agora estou aqui na terra dele", disse o atacante, que no Japão ainda vê o anime quando pode. "Às vezes eu assisto, é maneiro".

Presentes que Marcos Junior ganhou dos torcedores japoneses - Arquivo pessoal
Presentes que Marcos Junior ganhou dos torcedores japonesesArquivo pessoal

DE OLHO NO FLU
Mesmo do Japão, Marcos Junior não consegue esquecer o Fluminense. Apesar de toda dificuldade enfrentada em 2018, com direito a críticas pesadas ao presidente Pedro Abad na despedida, o atacante segue acompanhando o clube que o revelou.
"Pensei que ia esquecer por uns meses o Fluminense porque 2018 foi muito conturbado. Passou o primeiro jogo e eu já estava assistindo, não tem como. Acompanho tudo, vi a estreia do Ganso. Só posso desejar boa sorte e que 2019 seja menos sofrido".