Geral do Maraca: torcedores ficavam de pé na área próxima do campo - Arquivo O Dia
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A Assembleia Legislativa do Rio deu o primeiro passo para a volta do setor popular no Maracanã. Os deputados aprovaram o projeto que determina a retirada de cadeiras da parte inferior do estádio para a criação de uma espécie de geral, com preços mais baixos. A proposta depende agora da sanção do governador Wilson Witzel. Mesmo que seja ratificada, o caminho é muito longo até a concretização do sonho dos famosos geraldinos, nada antes de 2021.

A obra ainda depende de uma série de fatores, e será preciso superar muitos entraves, como a definição do futuro administrador do estádio e quem arcará com o custo. Na prática, a aprovação do projeto, de autoria dos deputados André Ceciliano e Zeidan Lula, ambos do PT, diminui a burocracia para que a ideia seja levada adiante. Libera todo o anel inferior do Maracanã, mas será possível optar por apenas um setor para colocar a chamada geral, como, por exemplo, atrás dos gols.

O próprio Flamengo, atual gestor do estádio ao lado do Fluminense, já havia manifestado o interesse na criação de um setor popular. Nas redes sociais, o vice de futebol do clube rubro-negro, Marcos Braz, falou com entusiasmo do projeto. "Precisamos e queremos a geral (retirada de algumas cadeiras)", postou. A expectativa é que a medida leve a um aumento de até 22 mil lugares na capacidade do estádio, que chegaria a 100 mil espectadores.

Porém, para que a obra seja executada, além do responsável pelos custos, é preciso definir com quem ficará a concessão em definitivo. Hoje, a dupla Fla-Flu administra o estádio, mas uma nova concorrência será aberta em 2020.

Para que se aumente a capacidade do Maracanã, será preciso uma reforma expressiva, que exigirá a formatação de um detalhado projeto. O estádio teria que ficar fechado — ou pelo menos alguns setores —, pois seria necessário ampliar as medidas de segurança.

Presentes a uma audiência pública em setembro, o diretor-geral do Maracanã na gestão do Flamengo, Severiano Braga, ressaltou que a tarefa não é simples. O coronel Rodrigo Fernandes Polito, do Corpo de Bombeiros, responsável pela segurança, também advertiu que seria preciso uma obra grandiosa, com uma série de intervenções, inclusive estruturais.

"Foi apenas o primeiro passo para retornar com os geraldinos, dar uma diretriz ao setor popular no Maracanã. Agora vem a segunda etapa, a discussão do projeto, a viabilidade", declarou a deputada Zeidan Lula. Segundo ela, o Estado do Rio está em fase de recuperação fiscal, mas já se pode discutir para quando tiver condições financeiras de realizar o projeto. "Os clubes também podem contribuir financeiramente".

Presidente da Alerj, André Ceciliano destacou: "O objetivo é democratizar o acesso para que as pessoas mais pobres vejam jogos no Maracanã. Financeiramente a mudança também é viável, já que pode gerar mais dez mil lugares no estádio".

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