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O Flamengo nasceu para ser otimista, ambicioso, exagerado na vitória e na derrota. O Grêmio, ao contrário, ama ser o time da superação: sua torcida gosta de vencer com sofrimento, de virada, de preferência sendo o mais modesto ao bater um poderoso. Não à toa é chamado de Imortal Tricolor. Amanhã, em Porto Alegre, duas escolas diferentes duelam no jogo de ida das semifinais da Libertadores e uma pergunta tem tomado as ruas do Rio e de Porto Alegre: quem joga o melhor futebol do Brasil?

A convite do DIA, Leonardo Bertozzi, comentarista dos canais ESPN, e Cristiano Munari, repórter do jornal gaúcho 'Zero Hora', opinaram. "É preciso separar. Hoje o Flamengo tem jogado um futebol mais vistoso, muito bonito de ver. O Grêmio tem esse futebol há mais tempo, com o Renato, por pelo menos três anos e com diferentes elencos", avaliou Bertozzi.

Malandro, Renato Gaúcho tem colocado o favoritismo no lado rubro-negro. Mas, em entrevistas, bate na tecla de que seu time é o melhor do país. Cristiano Munari opina: "O Renato nem ninguém está proibido de dizer que o Grêmio joga o melhor futebol do Brasil. As conquistas e os resultados dos últimos três anos permitem isso. Eu, no entanto, penso que desde a chegada do Jorge Jesus o Flamengo tem jogado um futebol que encanta mais que qualquer outro". Bertozzi vai na mesma linha: "A principal diferença que eles têm é de tempo. Mas hoje diria que o primeiro time que você assiste na televisão é o Flamengo".

Desde a definição dos semifinalistas, há um mês, a temperatura tem subido entre Flamengo e Grêmio. Em entrevista à 'Zero Hora', recentemente, Renato disse que Jesus "nunca conquistou nada e está com 65 anos". O português evitou o confronto, mas foi irônico ao reconhecer que Renato é mais experiente.

"Entende-se que o Renato está fazendo um jogo de mandar a responsabilidade para o Flamengo. A torcida do Grêmio historicamente se identifica com esse discuso da superação. Isso se deu muito pelos anos 1990 quando o Grêmio encarava o Palmeiras da Parmalat", comenta Munari.

Leonardo Bertozzi entende que atrás das alfinetadas se esconde a admiração. "Acho que essa troca de provocações esconde um respeito. O Renato está demonstrando que respeita o Jesus. Aí, já é a batalha de tentar desestabilizar".

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