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Após horas de tensão no Sudão, brasileiros desembarcam no Rio: 'Momentos bem difíceis'

Delegação contou com a presença de Paulo Sérgio, ex-atacante do Flamengo

Rio - A manhã desta sexta-feira foi de alívio para sete brasileiros, a maioria jogadores e membros da comissão técnica do time do Al-Merreikh, clube de futebol no Sudão, que voltaram ao Rio de Janeiro após dias de tensão no país africano que passa por um conflito armado entre o exército e grupos paramilitares. Entre o grupo brasileiro está o atacante Paulo Sérgio, que teve passagem pelo Flamengo. Ao chegar no Galeão, o treinador de goleiros Itamar Rodrigues agradeceu a divulgação do drama vivido pelo grupo pela imprensa brasileira e ressaltou que tal fato foi determinante para a mudança na postura tanto do clube do Sudão, quanto do Itamaraty no caso.
"Foram momentos bem difíceis, mas graças a Deus estamos aqui. Podendo dar esse abraço na esposa, na filha. É um momento gratificante. Queremos agradecer vocês da imprensa, porque foi através de vocês que as pessoas tomaram conhecimento e que também o governo brasileiro conseguiu a se mobilizar para tirarmos de lá. O processo da retirada dos brasileiros ao meu ver não funcionou tanto", disse o profissional, que ainda contou a mudança de atitude do próprio Al-Merreikh.
"Quando nós resolvemos sair lá de Cartum, o presidente do clube nos ligou e falou que iria enviar um ônibus para que a gente saísse de lá e ressaltou a importância de um vídeo que a imprensa divulgou do Matheuzinho emocionado. E isso motivo a decisão do clube. Porque no começo também a movimentação não foi a esperada. É importante a gente deixar claro o que funcionou e o que não funcionou", afirmou.
Preparador físico, Rodolpho Maia - Marcos Porto / Agência O Dia
Preparador físico, Rodolpho MaiaMarcos Porto / Agência O Dia
No total, os brasileiros viveram 40 horas de tensão entre o deslocamento da capital do Sudão, Cartum, até o Rio de Janeiro. Itamar contou que o momento mais complicado aconteceu quando o grupo foi parado ainda na cidade em que o conflito está instaurado. 
"Quando saímos de lá, as duas primeiras horas foram as piores das 40 horas. Porque todo confronto aconteceu na capital em Cartum. Então a gente foi parado pelos milicianos, pelo exército local. Foram momentos bem intensos, em que um deles, inclusive, levou alguns brasileiros para trás do ônibus. E só Deus sabe o que poderia ter acontecido ali, então foi o momento mais tenso que a gente enfrentou. Nós tememos, mas graças a Deus, eles decidiram liberar a gente. Depois passamos por outras barreiras até chegar a fronteira", contou.
Treinador de goleiros, Itamar Rodrigues  - Marcos Porto / Agência O Dia
Treinador de goleiros, Itamar Rodrigues Marcos Porto / Agência O Dia
O preparador físico Rodolpho Maia fez um apelo as autoridades do Itamaraty por outros três brasileiros que ainda estão no Sudão. O profissional também reforçou a necessidade de uma melhor assistência em relação a brasileiros que passam por situações como estas fora do país.
"É muito difícil falar sobre. Acompanhar na TV é uma coisa, outra coisa é passar na pele. Acredito que o Itamaraty precisa se preparar mais. A gente precisa entender que por trás disso tudo há famílias que sofrem, que choram, e pedem por socorro e não recebem o apoio. Há três atletas lá, que ficaram lá, que são sonhadores, que talvez não tenham um peso como o do Paulo Sérgio, mas eles têm um sonho, e eles estão lá em uma situação muito pior que a nossa e algo precisa ser feito por eles", disse o preparador físico, Rodolpho Maia.
Os brasileiros iniciaram a tentativa de deixar o país africano na última semana. O conflito já havia sido iniciado no país na primeira metade do mês de abril. O país passa por uma guerra envolvendo o exército local e grupos paramilitares.
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