Léo Moura participa do podcast "Bulldog Show"Divulgação
Léo Moura relembra clima nos bastidores do Flamengo no caso da prisão do goleiro Bruno
Jogadores fizeram parte de elenco campeão do Brasileiro
Rio - O ex-jogador do Flamengo Léo Moura participou do podcast Bulldog Show, apresentado por Tuka Carvalho. Durante a entrevista, ele relembrou o clima nos bastidores do clube rubro-negro na época em que o goleiro Bruno Fernandes foi preso em 2010, após a morte da modelo Eliza Samúdio.
“Foi um dos momentos mais tristes da minha carreira. O Bruno era um cara muito tranquilo com todo o grupo. Lógico, que ele tinha o jeito dele, de um dia chegar, falar, cumprimentar, brincar com todo mundo. No outro dia, chegava mais quieto. Quando a gente recebe a notícia do que tinha acontecido, todo mundo ficou em choque. Ninguém acreditou. Não é possível, o cara tá aqui todo dia, é mentira e tal. Esse era o sentimento. A gente colocou isso na cabeça, porque não conseguíamos acreditar. E quando foi confirmado o que aconteceu, o envolvimento dele e mais as outras pessoas, sabe quando você chega no treino e tá todo mundo paralisado? E tu treina com aquilo na cabeça. Porque uma hora o cara tava ali, outra o cara tá preso“, disse Léo, que na época era o capitão do time.
O ex-jogador revelou detalhes do momento em que foi convocado para depor a favor de Bruno. “O advogado de defesa pediu e aí foi eu, Zico, que era diretor na época, a Patrícia Amorim, que era presidente do clube, e o Paulo Victor, era amigo e quem emprestou o apartamento dele para o Bruno. Porque a gente teve uma folga e o Paulo Victor era da cidade de Assis, aí ele falou que ia para a cidade dele, que ia ficar uma semana e que o Bruno poderia ficar no apartamento dele sem problema nenhum, porque o Bruno não iria pra BH e foi aí que ele conheceu a Eliza. Aí fomos lá depor e o advogado falou que poderíamos falar com ele na cela antes, mas eu não tinha coragem e nem força para isso. O cara até então era meu companheiro, meu parceiro”, relembrou Léo, que complementou:
“Ele era um cara realmente muito tranquilo. Bruno não tinha nada de comportamento agressivo. Fui lá dei meu depoimento e depois não tive mais contato. Foi um momento muito triste. E assim, a gente perde um grande talento. Joguei com grandes goleiros, como o Rogério Ceni e Fábio, mas igual a ele nunca vi. Era nível A, Seleção, nível Europa, clube grande. Não foi fácil digerir isso não”.
Bruno foi condenado em 2013 a 20 anos e nove meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver da modelo e ex-namorada Eliza Samudio, desaparecida em 2010 aos 25 anos. Desde 2019, o ex-atleta cumpria regime semiaberto domiciliar e, em janeiro deste ano, recebeu liberdade condicional pela Justiça do Rio de Janeiro.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.