Um dos três jovens torcedores do Valencia acusados de racismo contra Vini Jr depôs na JustiçaJose Jordan / AFP

Investigados pela Justiça espanhola por atos racistas contra Vini Jr, dois torcedores do Valencia admitem ofensas ao jogador do Real Madrid, mas negam racismo. Essa linha de defesa foi apontada pelos advogados dos dois, em entrevista à imprensa espanhola na porta do Tribunal de Justiça de Valencia.
"Os gestos que eles podem ter feito não tem nenhuma intenção de violência racista ou de ódio a essa jogador ou a qualquer pessoa negra", garantiu a advogada Juana Blázquez, de um dos jovens.
Ainda segundo ela, a manifestação ocorreu após uma provocação de Vini Jr. "Tudo aconteceu no contexto de uma partida de futebol em que é evidente que o jogador provoca o estádio e os torcedores".
Advogado de outra vítima, Manuel Izquierdo afirmou que as ofensas foram tiradas de contexto:
"Foi um problema pontual. São três garotos que acabaram de completar 18 anos, não fazem parte de nenhum grupo radical, não são da Yomus [torcida organizada de extrema-direita], não são de grupos latinos, não tem tatuagens. São pessoas completamente normais".
Ao todo, três jovens foram denunciados pelo Ministério Público da Espanha por crime de ódio contra Vini Jr. O terceiro deles não compareceu ao Tribunal de Justiça da Espanha, nesta segunda-feira (19), para prestar depoimento.
Os ataques racistas ao jogador do Real Madrid durante a partida com o Valencia, com muitos do estádio Mestalla chamando-o de macaco em coro, teve grande repercussão mundial, o que fez as autoridades espanholas agirem. Após outros casos de ataques racistas terem sido ignorados, os três jovens chegaram a ser detidos no dia seguinte, mas foram liberados e respondem em liberdade.
Eles podem pegar até seis anos de prisão se forem considerados culpados das acusações.