Maracanã mais uma vez é motivo de disputa entre Flamengo e Fluminense contra o VascoDivulgação
Fluminense responde ao Vasco sobre Maracanã: 'Há outros estádios'
Tricolor diz que briga do rival é por mero capricho e cita segurança e condição do gramado
A troca de ataques através de notas oficiais sobre o Maracanã continua e, nesta quinta-feira (17), foi a vez de o Fluminense responder ao Vasco, que no dia anterior protestou contra a decisão da Justiça de derrubar a liminar que liberava o estádio para o jogo contra o Atlético-MG. Após o rival chamar a situação de "inédita e absurda", o Tricolor repudiou a postura vascaína e voltou a defender indiretamente a utilização do Nilton Santos.
"O Fluminense repudia a ação despropositada e lesiva da agremiação cruz-maltina de tentar, pela via judicial, mandar um jogo no Maracanã, mesmo diante da inviabilidade de se organizar o estádio, com segurança e cuidados necessários, em um intervalo de menos de 12 horas, na madrugada, entre o fechamento e abertura dos portões das partidas das duas equipes", diz a nota.
A diretoria tricolor usa como argumento, desta vez, a inviabilidade de liberação do Maracanã por causa do pouco tempo entre sua partida contra o América-MG, sábado às 18h30, e a Vasco, contra o Atlético-MG, domingo às 11h. Além disso, o Clube das Laranjeiras reforçou a preocupação com o estado do gramado para o confronto de quinta com o Olimpia, pelas quartas de final da Libertadores.
Além disso, o Fluminense diz na nota que a nova briga na Justiça pelo estádio é um "mero capricho" do Cruz-Maltino. E ainda citou que não quer que haja a falta de segurança que culminou na interdição do Estádio de São Januário, a pedido do Ministério Público (MP-RJ).
"Ao contrário do que o clube rival faz parecer, há outros estádios no Estado - e mesmo no Município - do Rio de Janeiro em melhores condições de sediar a partida de domingo, seja sob o aspecto técnico ou de segurança.
Por fim, o Fluminense argumentou que nas outras vezes em que entrou na Justiça e conseguiu a liberação do Maracanã, o Vasco "foi incapaz de produzir um único documento técnico capaz de demonstrar que a pretendida realização da partida no Maracanã não causa danos ao gramado".
"Em resposta à Nota Oficial do Vasco da Gama SAF, o Fluminense FC repudia a ação despropositada e lesiva da agremiação cruz-maltina de tentar, pela via judicial, mandar um jogo no Maracanã, mesmo diante da inviabilidade de se organizar o estádio, com segurança e cuidados necessários, em um intervalo de menos de 12 horas, na madrugada, entre o fechamento e abertura dos portões das partidas das duas equipes.
A falta de segurança, aliás, foi o que motivou o Ministério Público do Rio de Janeiro a requerer e o Poder Judiciário a determinar a interdição do Estádio de São Januário para a realização de partidas com a presença de público, risco que a administração do Maracanã não pode correr por mero capricho do Vasco.
Ao contrário do que o clube rival faz parecer, há outros estádios no Estado - e mesmo no Município - do Rio de Janeiro em melhores condições de sediar a partida de domingo, seja sob o aspecto técnico ou de segurança.
São evidentes, ainda, os impactos negativos que o uso intensivo do gramado traria a Fluminense e Flamengo, que disputam, neste momento, partidas importantíssimas em competições de mata-mata. Desprezar os prejuízos desportivos a serem suportados pelos dois clubes responsáveis pela gestão do Maracanã em benefício exclusivo dos interesses comerciais de uma única agremiação é, em tudo, uma atitude que não deveria ter lugar na relação entre entidades co-irmãs.
Fechar os olhos para os prejuízos causados aos outros clubes e ao gramado do Maracanã – que ultrapassam o aspecto financeiro, gerando o risco concreto de sanções desportivas graves - não é compatível com a ideia de uma postura verdadeiramente profissional e empática.
O Maracanã é um bem público sob permissão de uso de dois clubes, que são responsáveis pelo equipamento e sua manutenção, e que pode e deve estar à disposição dos demais, desde que haja disponibilidade de calendário e viabilidade técnica, o que inclui seguir criteriosamente as recomendações dos agrônomos responsáveis pelo tratamento do gramado.
Tanto agora quanto em suas empreitadas anteriores na justiça comum, o Vasco foi incapaz de produzir um único documento técnico capaz de demonstrar que a pretendida realização da partida no Maracanã não causa danos ao gramado. Por outro lado, contrastando com a retórica inflamada adotada pelo Vasco em seus posicionamentos oficiais e manifestações em âmbito judicial, a administração do Maracanã busca debater a questão em termos estritamente técnicos, tendo apresentado elementos que comprovam inquestionavelmente os potenciais prejuízos ao gramado do estádio.
A essa altura dos acontecimentos, torna-se mais do que evidente que o estratagema adotado pelo Vasco para alcançar seus interesses passa por reiteradas tentativas de constranger os órgãos e instituições que, por dever funcional, se manifestaram sobre a controvérsia, incluindo o Governo do Estado, o Ministério Público e até mesmo o Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.
O interesse público não pode estar à mercê dos interesses comerciais de um único clube ou de seus dirigentes."
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