Nouhalia Benzina, do Marrocos, utilizando hijab em jogo pela Copa do Mundo AFP
França proíbe mulheres de utilizarem véu islâmico nos Jogos de Paris
Medida foi condenada pela ONU, que se pronunciou através do Alto Comussariado de Direitos Humanos; decisão foi comunicada pela ministra dos esportes do país
Paris (FRA) - As atletas francesas e integrantes de comissões técnicas de origem muçulmana não poderão competir de hijab, o véu islâmico, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A decisão foi comunicada nesta terça-feira (25), por Amélie Oudéa-Castéra, ministra de esportes da França, à emissora pública "France 3".
A declaração provocou polêmica nos bastidores das esferas esportiva e política. Pouco tempo depois, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou a medida como "prática discriminatória". Amélie reconheceu que a decisão é contrária ao que indica o Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre aspecto cultural, não religioso.
"Em geral, o gabinete do alto comissariado para os direitos humanos acredita que ninguém deve ditar a uma mulher o que ela deve ou não vestir", disse Marta Hurtado, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em conferência realizada em Genebra, na Suíça.
Marta Hurtado reiterou a luta para eliminar discriminação quanto ao gênero e exigiu união dos países - incluindo a França, pivô na polêmica - para que a pauta seja tratada com relevância.
"Estas práticas discriminatórias podem ter consequências prejudiciais. É por isso que, de acordo com as normas internacionais de direitos humanos, as restrições à expressão de religiões ou crenças, como a escolha do vestuário, só são aceitáveis em circunstâncias muito específicas", completou.
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