Abraço de Vegetti e Fabrício Bruno após o fim do clássico entre Flamengo e VascoFoto: Reprodução/TV Globo/ge

Rio - A discussão entre Fabrício Bruno e Vegetti durante o jogo entre Flamengo e Vasco no Maracanã, no último domingo, ficou apenas dentro de campo. Logo após o fim da partida, as câmeras da "TV Globo" flagram o momento em que os dois conversaram e trocaram abraços. Nesta segunda-feira, 23, em entrevista à "Fla TV", o zagueiro contou que mora no mesmo condomínio de Vegetti e que chegou a encontrá-lo horas depois do jogo. 
"Talvez as pessoas achem que aquilo é uma forma de ser maldoso, mas não é. Ele mora no meu condomínio. Quando cheguei em casa, encontrei ele no condomínio. A gente se abraçou, começamos a dar risada de tudo que aconteceu, ele pediu desculpas pela entrada que deu no meu tornozelo. São coisas que fazem parte do jogo", contou Fabrício Bruno.
"Muitas das vezes enxergam nós, jogadores, como inimigos, mas não somos inimigos de ninguém. Cada um defendendo o seu pão de cada dia, brigando pela sua camisa, mas, no final, todos nós somos amigos. Tirei uma foto com a mãe dele também, o que aconteceu dentro das quatro linhas fica lá, e fora dela, o respeito por ele continua da mesma forma, excelente jogador, só tenho a desejar o melhor. Não levo mágoa, o que precisar pode contar comigo", completou.
Durante a entrevista, Fabrício Bruno reiterou várias vezes que situações como a discussão acalorada ficam dentro das quatro linhas. Além disso, apontou o abraço entre os dois como a cena mais bonita do clássico, que terminou com vitória do Flamengo por 1 a 0.
"Faz parte do jogo, faz parte do espetáculo. Cada um tem seu jeito de intimidar, de provocar. Ele teve o dele, eu o meu, mas o que vale foi esse abraço, para mim, a cena mais bonita do clássico, que mostra que não somos inimigos. Estamos ali dentro fazendo um papel de rival um contra o outro, defendendo sua camisa, mas, no final, somos amigos, colegas de profissão", afirmou o defensor.
"E ninguém sabe o dia de amanhã. Pode ser que estejamos juntos no mesmo clube, temos que ter esse discernimento e saber separar as coisas. A torcida também tinha que pegar isso como um exemplo a ser seguido. No final de tudo, é apenas um esporte. Todo mundo é apaixonado, cada um tem o amor pela sua camisa, mas nunca se deve perder vidas", completou.
Vale lembrar que uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas na Zona Oeste após uma briga entre organizadas de Flamengo e Vasco. O torcedor que morreu pertencia à Raça Rubro-Negra e foi baleado próximo à estação de trem em Cosmos.
"Isso (discussão) é situação de jogo, clássico é sempre pegado. Lá dentro, a gente pode ter as provocações, mas o mais importante é essa imagem no final do jogo (abraço entre os dois). Reflete muito o que é o futebol. Lá dentro é cada um defendendo a sua camisa, mas fora dele, a paz tem que prevalecer. Pra mim, é triste quando vem esses assuntos de morte e briga de torcida. O futebol é um esporte em que as pessoas têm que aproveitar mais quem está lá dentro para dar espetáculo. Ficou um exemplo. A gente se desentendeu em campo, mas no final do jogo, o que prevaleceu foi o abraço de duas pessoas que estavam de bem uma com a outra", destacou o zagueiro.