Publicado 23/03/2024 08:00
Após perder um ano com dois interinos à espera de Carlo Ancelotti, que renovou com o Real Madrid, a seleção brasileira, enfim, inicia o ciclo para a Copa do Mundo de 2026. A estreia de Dorival Júnior reserva desafios muito maiores do que apenas o amistoso deste sábado (23), às 16h (de Brasília) contra a Inglaterra, em Wembley, e na terça (26), contra a Espanha, às 17h30, no Santiago Bernabéu.
Técnico de fato do Brasil, Dorival já começa conseguindo algo que foi muito difícil durante a era Tite, entre 2016 e 2022, que foi jogar contra seleções europeias fortes. Mas o que poderia ser uma vantagem pensando no futuro, já vira um desafio enorme em meio a um início de trabalho que tem a missão de resgatar a seleção brasileira após um de seus piores anos, além de se preparar com pouco tempo para a Copa América, em junho de 2024.
O Brasil pagou caro em 2023 pela desorganização da CBF e os desmandos do presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues. Com os interinos Ramon Menezes e Fernando Diniz, que dividiu as funções com o Fluminense, a Seleção amargou um aproveitamento de 37% em nove partidas: foram apenas três vitórias, um empate e cinco derrotas.
Pela primeira vez na história perdeu três partidas seguidas, foi derrotada em casa nas Eliminatórias, onde amarga apenas o sexto lugar com sete pontos em seis jogos. Sem falar na perda de tempo de trabalho para avaliar mais jogadores. Recuperar os bons resultados e um bom futebol são outros desafios.
"Passamos por um ano um pouquinho complicado, talvez tenhamos essa herança, mas, ao mesmo tempo, temos a consciência que isso tem que ser interrompido em algum instante. Nesse curto tempo que teremos até a Copa América, temos que buscar as melhores atuações possíveis, é nesse sentido que estamos tentando acelerar o processo. É um início, mas já exigindo resultados", avaliou o técnico.
Mescla entre novatos com experientes
Agora, Dorival assume do zero, com pouco tempo para encontrar a formação ideal em meio a vários desfalques por lesão, contra adversários mais bem preparados. Foram cinco cortes na convocação inicial (Ederson, Marquinhos, Gabriel Magalhães, Martinelli e Casemiro), fora as ausências dessa primeira lista (Neymar, Éder Militão, Alisson, entre outros machucados).
Em uma reformulação do grupo após a Copa de 2022, oito jogadores foram convocados pela primeira vez (Léo Jardim, Rafael, Beraldo, Fabrício Bruno, Murilo, Pablo Maia, Savinho e Galeno), enquanto outros oito estiveram no último mundial (Danilo e Bremer são os únicos defensores, Bruno Guimarães, Lucas Paquetá, Raphinha, Richarlison, Rodrygo e Vini Jr).
Diante da lista, o time titular que Dorival escolheu para a sua estreia pela seleção brasileira, contra a Inglaterra, terá cinco estreantes: Bento, João Gomes e Wendell - que já haviam sido convocados, mas não entraram em campo - se juntam a Beraldo e Fabrício Bruno.
Em busca de um equilíbrio na experiência, os outros seis jogadores disputaram a última Copa do Mundo e são acostumados a jogos no futebol europeu : Danilo, que será o capitão, Bruno Guimarães, Lucas Paquetá, Vini Jr, Rodrygo e Raphinha.
"Torço para que façamos um grande jogo inicial, porém, com uma preocupação além de tudo isso. Um início seguro de toda a equipe, mas que, acima de tudo, finalizemos bem esse processo. Não tenho dúvidas de que isso irá acontecer", disse Dorival.
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