Wlamir Marques, lenda do basquete brasileiro, morreu aos 87 anosDivulgação/Corinthians

Ídolo do basquete brasileiro e membro do Hall da Fama da FIBA, Wlamir Marques morreu na última terça-feira (18), aos 87 anos, em São Paulo. Bicampeão mundial e dono de duas medalhas olímpicas, o "diabo loiro", como era conhecido nos tempos de atleta, deixou um importante legado no esporte nacional. O ex-treinador da seleção feminina e multicampeão com o Flamengo, José Neto, enalteceu sua história e lamentou a perda.

"O Wlamir (Marques) foi um grande jogador e também um grande mestre. Ele tinha o prazer e generosidade de compartilhar o seu conhecimento com outras pessoas para que elas pudessem ser melhor. Eu tive a felicidade de tê-lo como comentarista nos jogos do Paulistano, pelo Campeonato Paulista, no início da minha carreira. Ele sempre compartilhava um pouco da sua experiência comigo", disse, em entrevista ao O DIA.

José Neto, de 54 anos, iniciou a carreira como treinador no Paulistano. Ele tornou a equipe competitiva e despertou interesse de grandes clubes brasileiros. Entre 2012 e 2018, comandou o Flamengo, onde conquistou quatro títulos consecutivos do NBB, além da Liga das Américas e Copa Intercontinental da FIBA. O treinador chegou à seleção feminina em 2019, com objetivo de resgatar a tradição.
José Neto é técnico de basquete - Divulgação / CBB
José Neto é técnico de basqueteDivulgação / CBB

"Wlamir (Marques) foi uma lenda do esporte nacional e referência no mundo na modalidade. Foi bicampeão mundial, duas vezes vice mundial e conquistou duas medalhas olímpicas. Ele marcou época, foi reconhecido como Hall da Fama da FIBA e teve influência muito grande na Confederação Brasileira de Basquete. Mas o que fica marcado pra mim é a generosidade, carisma, caráter e dignidade com o desporto nacional", completou Neto.

Em junho de 2024, José Neto pediu desligamento da seleção brasileira feminina de basquete. No comando do Brasil, o treinador foi bicampeão dos Jogos Pan-Americanos, conquistou o Sul-Americano e faturou também um título da Americup. Apesar das conquistas, não conseguiu a classificação para as Olimpíadas de Tóquio 2020 e Paris 2024, os principais objetivos.

Wlamir Marques conquistou o bicampeonato mundial de basquete em 1959 e 1963, além das medalhas de bronze nas Olimpíadas de Roma, em 1960, e Tóquio, em 1964. Considerado um jogador completo, atuou em todas as posições dentro de quadra e fez história no Corinthians, onde foi homenageado com nome no ginásio e teve a camisa 5 aposentada.

Além do apelido de "diabo loiro", Wlamir Marques também foi apelidado de "disco voador", uma referência a seus saltos. Antes de jogar basquete, ele chegou a praticar atletismo e ia da cabeça do garrafão até a cesta sem dar um drible, chegando a saltar mais de seis metros. Ele era apaixonado por esportes e também se aventurou na natação.