Rio - Um médico que interagiu com Diego Maradona semanas antes de sua morte disse nesta quinta-feira (24) que o astro argentino "era um paciente muito difícil", ao depor durante o julgamento contra profissionais de saúde por sua morte.
O depoimento do neurocirurgião Rodolfo Benvenuti ocorreu em nova audiência do caso na Argentina, que, desde 11 de março, avalia a responsabilidade da equipe de especialistas encarregada da saúde do ex-craque.
Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, em Tigre, província de Buenos Aires, de edema pulmonar causado por insuficiência cardíaca durante uma internação domiciliar após uma neurocirurgia, de acordo com uma autópsia.
Benvenuti foi chamado como testemunha porque, a pedido de um advogado amigo de Maradona, Víctor Stinfale, ele foi convocado para supervisionar a neurocirurgia.
Em seu depoimento, ele contou como teve que convencer o ídolo a fazer uma tomografia: "Fiz uma piada sobre o campeão mundial e foi assim que consegui me conectar com ele. Ele era um paciente muito difícil, muito peculiar", lembrou.
Embora Maradona tivesse uma atitude "desafiadora", ele acabou conseguindo convencer o astro a realizar o exame antes da cirurgia à qual foi submetido em 3 de novembro de 2020, na Clínica Olivos, em Buenos Aires.
Além disso, o depoente relatou vários incidentes que tiveram como protagonista Leopoldo Luque, médico pessoal de Maradona e réu no caso.
Um deles foi uma discussão acalorada que teve com Stinfale: "Eu estava com medo de que terminasse em briga", disse ele.
Stinfale não queria que Luque, um neurocirurgião, operasse Maradona, e o ex-jogador respondeu que "ele lhe estava tirando a oportunidade de uma vida", lembrou Benvenuti.
No final, o advogado prevaleceu, e os médicos da clínica realizaram a operação, embora, no final do procedimento, Luque "tenha saído para dar o relatório como o primeiro cirurgião", disse a testemunha.
Benvenuti observou que Luque teve uma "crise emocional" e chorou quando a operação terminou e sentiu que "estava passando por um pico de estresse".
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