Alfredo Sampaio, atual presidente da SAFERJDivulgação / SAFERJ
Sampaio também destacou que, embora muitos atletas evitem se posicionar publicamente, o SAFERJ recebe relatos frequentes de jogadores contrários à utilização do gramado sintético, reforçando que o sindicato atua justamente para representar essas vozes:
“Como trabalhamos para ser a voz dos atletas e muitos não se sentem à vontade para se pronunciar, podemos afirmar que um número expressivo é contra jogar em gramados artificiais, não esquecendo que são eles que fazem o espetáculo acontecer. Entendemos que, antes do interesse econômico de qualquer dono de clube ou presidente, os jogadores precisam ser ouvidos”.
O sindicato alerta ainda para os impactos físicos causados pelo piso artificial. De acordo com a entidade, os problemas não se restringem a lesões imediatas, mas também a consequências a longo prazo, especialmente em coluna, tendões e articulações.
Ao tratar da qualidade dos campos naturais, Alfredo Sampaio defendeu critérios mais rígidos por parte da CBF: “Sobre a qualidade dos gramados naturais, entendemos que a CBF deveria padronizar o tipo de grama e a altura do corte, criando punições para quem não cumprir, rigorosamente, as determinações. Os gramados precisam, também, estar em conformidade com o alto nível das competições nacionais brasileiras”.
O presidente do SAFERJ também observou que a grama sintética não é adotada pelas principais ligas do futebol mundial e citou restrições contratuais envolvendo atletas de elite.
“Nenhuma grande liga do mundo utiliza grama sintética. O contrato do maior jogador do mundo em atividade, Lionel Messi, assim como de outros jogadores de alto nível, assegura que o atleta não atue em gramados sintéticos”, declarou.
Alfredo Sampaio também defendeu a realização de uma reunião emergencial para ampliar o debate com clubes e federações: “Nós, do SAFERJ, nos colocamos à disposição do Flamengo e de todos os outros clubes que compartilham da mesma opinião para que, junto com FERJ e CBF, possamos discutir, de forma urgente, sobre este tema. Esperamos que reuniões sejam marcadas para debatermos o assunto”.

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