Rio - Longe do glamour e dos holofotes de Flamengo e Vasco, outra decisão agita um número menor de torcedores no fim de semana no Rio. No sábado, às 15h, Olaria e Barra Mansa se enfrentam no Estádio Leão do Sul, pela final do primeiro turno da Segunda Divisão do Campeonato Carioca (Taça Santos Dumont).
Em 2015, o Olaria completa 100 anos de fundação. E para o projeto do centenário, o clube está mais uma vez sob a direção de Augusto Pinto Monteiro, mais conhecido como Pintinho. O dirigente foi buscar em Donizete Pantera a experiência que os jogadores precisavam para voltar à elite do Estadual na próxima temporada.
"O Pintinho está cumprindo o que prometeu, e o Donizete só entrou para somar, é um cara vitorioso, melhorou muita coisa quando chegou, tem aquela visão de quem já jogou fora do Brasil e trouxe aqui para nós. É um supercampeão em campo, ele está conseguindo captar os recursos para o time e agrega muitos valores dentro de campo com tudo que viveu na vida dele", disse o goleiro Cléber.
Outra peça importante do Azulão da Bariri fora de campo é o treinador Cleimar Rocha. Na sua primeira passagem pelo clube, o técnico conseguiu levar a equipe até a semifinal da Taça Rio em 2011, sendo eliminado pelo Vasco. Mesmo com o elenco mais modesto, o comandante reconhece a qualidade do grupo.
"É um grupo muito equilibrado e comprometido. Em 2011, era um time mais maduro, mas essa mescla de experiência e os garotos do juniores que temos hoje como o Lincoln, Renatinho, o Ivan, que estava naquele grupo (de 2011), está dando muito certo", disse o treinador.
Quem vencer já garante uma vaga no triangular final da Série B do Rio. Com um time recheado de garotos da base e alguns mais experientes, um jogador do Olaria se destaca: o goleiro Cléber, que sofreu apenas oito gols na competição. Com dois acessos na carreira, o experiente capitão divide o mérito com seus companheiros.
"Eu sou o jogador mais velho do elenco, eu costumo conversar muito com eles (Vandinho e Daniel). Antes dos jogos nós assistimos aos vídeos que o Cleimar passa, analisamos as estatísticas dos adversários, fora a qualidade deles dois ali na zaga. Tudo isso é uma engrenagem, somos um conjunto, ninguém ganha nada sozinho", disse o goleiro do Olaria.
No duelo dos alvianis, o time da Leopoldina não deve contar com o meia Diego Cocada, lesionado, um dos principais nomes da equipe na campanha. Pelo lado do Leão, o artilheiro Jeferson, suspenso, desfalca o time do Vale do Paraíba. O Barra Mansa recebe o Olaria, neste sábado, às 15h, no Estádio Leão do Sul, e joga com a vantagem do empate por ter feito melhor campanha na primeira fase.
Donizete critica Federação e revela dificuldades no trabalho
Na primeira experiência como diretor de futebol, Donizete está prestes a vivenciar a decisão com o Olaria. Em lado oposto à boa expectativa, o dirigente convive com a dificuldade de dar sequência ao planejamento do clube. Segundo ele, a falta de apoio da Federação faz com que o Alvianil tenha de arrumar alternativas para cumprir com suas obrigações.
"Trabalhar em time pequeno é complicado pelas questões financeiras. É uma grande correria. Ninguém ajuda, você tem de colocar dinheiro do próprio bolso, tem de se virar. Estou muito surpreso com essa experiência. A Federação já não ajuda, então temos de fazer de tudo para cumprir o que devemos. Nossos jogadores precisam comer, precisam alimentar a família. Não podemos desisir. É por eles, são guerreiros", desabafou Donizete, que também criticou a interdição do estádio da Bariri.
"Isso é muito difícil de entender. Estamos correndo atrás para mudar a situação. O estádio liberado já é uma ajuda. Você vende sanduíches, refrigerantes... Dá para pagar uma folha, um jogador. A Federação já não te dá nada e ainda complica as coisas assim. Eu, sinceramente, não entendo por que nosso estádio está bloqueado. Já vi coisa muito pior na Segunda Divisão", concluiu.
