Rio - A madrugada de 22 de maio de 2016 ficará eternamente marcada na vida do meia Lucas Perdomo, do Boavista. A data se refere a um crime que chocou o mundo o estupro coletivo a uma jovem de 16 anos, no Morro do Barão, na Praça Seca, Zona Oeste , no qual o jogador foi apontado durante a investigação da Polícia Civil como um dos suspeitos. Após ficar preso temporariamente no Complexo Penitenciário de Gericinó, Lucas foi libertado ao conseguir provar sua inocência e hoje é um exemplo de superação não só no futebol, mas na vida. Anda de cabeça erguida, é um dos destaques do time de Saquarema no Carioca e espera conquistar, contra o Flamengo, em Cariacica, o título da Taça Guanabara: "Serviu de aprendizado. Hoje só penso nesta final".
O DIA: Você esperava uma campanha tão boa da equipe na Taça Guanabara?
LUCAS: Nós sempre acreditamos na força do nosso grupo. Nós planejamos e trabalhamos muito para fazer um grande campeonato. Fico muito feliz por termos alcançado esta final.
Qual o segredo do Boavista no Carioca?
União e comprometimento.
O que espera da final?
Um jogo duríssimo, de muita intensidade e competitividade. Precisamos saber desempenhar perfeitamente nossas funções em campo para surpreender o Flamengo. Sabemos que será um desafio gigante, mas acredito e confio demais no nosso grupo.
Como vencer o Flamengo?
Jogando bola, colocando em prática tudo que treinamos e sabendo explorar os erros deles. Temos que acreditar e manter a atenção em alta desde o primeiro minuto.
O fato de o jogo ser em Cariacica muda alguma coisa?
Pouca coisa. Sabemos que a grande maioria da torcida será deles, mas estamos preparados para encarar essa pressão. Não temos que temer nada.
Você preferia jogar no Nilton Santos?
Eu não tenho que preferir onde jogar. Sou pago para jogar onde for determinado e desempenhar meu trabalho da melhor forma possível sempre. Se colocaram o jogo em Cariacica, vamos jogar lá e buscar esse título.
Qual a sua maior virtude?
A facilidade de encarar o marcador no um contra um, com bom repertório de dribles e velocidade com a bola nos pés.
Você fez um gol olímpico no Bangu. Promete outro?
Prometer é difícil (risos). Mas treino bastante esse tipo de cobrança. Se acontecer de novo, ficarei muito feliz.
O Boavista tem futebol para ser campeão estadual?
Com certeza. Trabalharemos demais para tentar esse título inédito.
O que espera do futuro? Vai ficar no Boavista após o Carioca? Tem algum outro clube em vista?
Hoje, só penso nesta final. Deixo esse tipo de assunto para depois do Carioca.
Como lida com a repercussão sobre o episódio do estupro?
É um episódio que faz parte do passado. Sou inocente, como foi provado.
Ficou alguma marca? Alguma mágoa?
Não. Como disse, é algo que já passou e, como tudo na vida, serviu de aprendizado.
A absolvição te faz andar de cabeça erguida, certo?
Nunca deixei de andar de cabeça erguida, pois nunca fiz nada de errado para ser preso.
Já sofreu algum tipo de represália ou preconceito após aquele episódio?
Preconceito sempre tem. As pessoas nem sempre sabem o que realmente aconteceu. Mas sou inocente e sempre andarei de cabeça erguida com relação às minhas ações.
