Ângela Machado (à esq.) e Rodolfo LandimHelena Petry/Flamengo

Rio - O Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública, na última terça-feira (16), com pedido para que Ângela Machado, diretora do Flamengo, pague uma indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos. O motivo é pela publicação feita em seu perfil no Instagram, no dia 31 de outubro, um dia após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais.  
A ação foi assinada pelos procuradores regionais dos Direitos do Cidadão, Jaime Mitropoulos, Júlio José Araújo Júnior e Aline Caixeta. A motivação da publicação de Ângela Machado foi a massiva votação que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na região Nordeste. No dia 3 de novembro, ela fez uma nova publicação, confirmando a veracidade da mensagem e pediu desculpas. 
Em sua defesa, Ângela declarou que não teve a intenção de ofender, que é natural de Sergipe e que morou no Nordeste por quase 30 anos. Entretanto, o MPF considerou que o pedido de desculpas não a eximem da responsabilidade. Os procuradores consideram que a mensagem, que comparou nordestinos a parasitas (carrapatos), constitui ofensa a dignidade e a honra, além de tentar inferiorizar os nordestinos.
"Deve-se reconhecer que, depois de disparado o discurso discriminatório e produzido seus efeitos, não basta pedir desculpas, pois a reparação precisa ser plena e integral. De antemão, é necessário de pronto enfatizar que processo judicial deve ser instrumento de efetiva proteção dos direitos fundamentais e não palco para naturalização – ausência de crítica e questionamento – acerca de atitudes racistas ou discriminatórias", afirmam os autores da ação.