O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, está impressionado com a força da torcidaGilvan de Souza / Flamengo

O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, tem dois meses de trabalho no Flamengo e já conseguiu sentir que a repercussão é muito diferente em relação aos clubes pelos quais trabalhou. O português admitiu que nunca vivenciou na Europa o que tem passado atualmente, principalmente em relação à força da torcida e comparou com o Benfica.
"Flamengo é um clube com outra dimensão… é um Benfica multiplicado por 40. Tudo o que se passa tem uma repercussão enorme, que também é algo que qualquer um de nós na Europa não está habituado. Vamos jogar jogos do estadual, em Brasília, e são centenas e centenas de pessoas à espera do ônibus no aeroporto", disse o dirigente em entrevista recente ao jornal português 'A Bola'.
Boto deu um exemplo do que o chamou a atenção nessas primeiras viagens a outros estados. Mas admite que essa força também pode se voltar contra em alguns momentos.
"Quando jogamos a Supercopa em Belém, houve pessoas que não saíram, não arredaram o pé da porta do hotel, durante horas e horas e horas, na esperança de ver um jogador ou um contato com o treinador. É um poder popular enorme, mas que depois também tem a outra face da moeda: quando as coisas não ocorrem bem, o que felizmente até agora ainda não aconteceu", analisou.
Agora dentro do Flamengo, o português também tem uma nova visão da passagem do compatriota Jorge Jesus, campeão da Libertadores e do Brasileirão em 2019, marcando época.
"Trabalhei com ele no Benfica. Mas o Jesus foi realmente um fenômeno aqui (no Brasil). No curto período em que esteve, diria que foi quase um Deus. Pelo que ele ganhou e pela forma como o fez. Foi um fenômeno de popularidade. E, na minha perspectiva, isso tem a ver, como é óbvio, com os resultados que ele conseguiu. Um futebol também atrativo. Aqui no Flamengo não basta ganhar, é preciso ganhar, dominar e ter um futebol atrativo", completou.