Bruno Henrique em treino do FlamengoAdriano Fontes/Flamengo

Rio - Apesar de ter sido denunciado pela Polícia Federal, o atacante Bruno Henrique, de 34 anos, deverá ser mantido pelo Flamengo nos próximos jogos da temporada. O entendimento é que a situação do atleta é semelhante a de Lucas Paquetá, que continua defendendo o West Ham, no futebol inglês.
Após a divulgação da notícia do indiciamento, o Flamengo afirmou que não foi notificado por nenhuma autoridade pública sobre o ocorrido. Além disso, o Rubro-Negro reforçou que tem compromisso com as regras do fair play desportivo, mas defendeu o princípio de presunção de inocência de Bruno Henrique.
O Procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Emílio Dantas Nazaré solicitou à Polícia Federal (PF) o compartilhamento de todo o relatório e das provas colhidas durante a investigação de Bruno Henrique. O atacante do Flamengo foi indiciado por estelionato e fraude em competição esportiva.
Em novembro de 2024, a Procuradoria decidiu pelo arquivamento do caso. Naquela ocasião, em nota, foi dito que o alerta "não apontava nenhum indício de proveito econômico do atleta, uma vez que os eventuais lucros das apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário mensal do jogador". Agora, o relatório da PF será analisado para eventualmente adotar as medidas necessárias dentro do âmbito desportivo.
O Ministério Público do Distrito Federal deve formalizar a denúncia contra o jogador nas próximas semanas. 
Além do jogador do Flamengo, também foram indiciados pela PF, o irmão Wander Nunes Pinto Júnior, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso. Bruno Henrique e o irmão vão responder por fraude, enquanto o restante por estelionato.
Relembre o caso
Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal, nesta terça-feira (15), por supostamente forçar um cartão amarelo e beneficiar apostadores, contra o Santos, pelo Brasileirão de 2023. O jogador foi indiciado no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que fala em "fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado".
Além do jogador do Flamengo, também foram indiciados o irmão Wander Nunes Pinto Júnior, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso. Bruno Henrique e o irmão vão responder por fraude, enquanto o restante por estelionato. Existe ainda um segundo núcleo de apostadores sob investigação, que seriam amigos do irmão do jogador.
O Ministério Público do Distrito Federal recebeu o relatório de 84 páginas da Polícia Federal e deve formalizar a denúncia contra o atacante do Flamengo nas próximas semanas. A expectativa é de que a denúncia possa ser oferecida até o fim de abril ou começo de maio, para que a Justiça do Distrito Federal decida se tornará o atleta réu.
As investigações começaram em agosto do ano passado. Três casas de apostas alegaram movimentações suspeitas relacionadas ao cartão amarelo recebido por Bruno Henrique. Uma delas apontou que 98% de todas as apostas de cartões daquela partida foram direcionadas para o jogador do Flamengo.
Apesar da investigação desde o ano passado, o Flamengo não afastou Bruno Henrique. O caso chegou ao STJD em agosto, mas o órgão alegou que os relatos "não eram suficientes" para a instauração de um inquérito. Agora, a Procuradoria solicitou à Polícia Federal o compartilhamento do relatório.