Rio - Filipe Luís afirmou que Bruno Henrique está "absolutamente normal" após ser indiciado pela Polícia Federal por estelionato e fraude em competição esportiva e lembrou que o atacante tem presunção de inocência. O técnico falou pela primeira vez sobre o tema nesta quarta-feira (16), após a vitória do Flamengo sobre o Juventude por 6 a 0 no Maracanã. O camisa 27 foi relacionado, entrou em campo no segundo tempo e foi ovacionado pela torcida.
"Conversei com ele. Ele está normal, absolutamente normal. Ele se apresentou, como todos os companheiros, e, como eu falei na outra entrevista no ano passado, a mesma coisa. A única coisa que pedimos, que ele deve pedir, mas eu peço por ele é a presunção de inocência".
"Uma pessoa que tem o direito de se defender das acusações. Ele tem a presunção de inocência. Então, como eu falei, uma postura de uma pessoa que está totalmente tranquila. Hoje, entrou em campo, foi companheiro dos companheiros, foi amigo dos amigos e está absolutamente normal. Enquanto, ele estiver disponível, é jogador muito, muito importante. E está disponível para mim".
Bruno Henrique no jogo entre Flamengo e JuventudeAdriano Fontes/Flamengo
Casas de Apostas
Filipe também abordou a entrada das apostas esportivas no futebol. Nesse sentido, o treinador citou o vídeo que Diego Ribas fez sobre o tema. O ídolo do Flamengo destacou que não incentiva "as pessoas a participarem desse mundo pela dependência química que ela traz e pelo prejuízo em todas as áreas da vida". O comandante do Rubro-Negro compartilhou a opinião.
"O que eu quero falar, o Diego falou. Se alguém quer saber o que eu penso, o Diego falou pra mim ali. Quando eu era novo, assistia à Fórmula 1 com meu pai, e todos os carros tinham uma propaganda de cigarro. Hoje já não pode mais. Eu já recebi várias ofertas pra fazer propaganda de casas de apostas. Não faço, porque eu sei o dano para as pessoas que apostam. O vício que é, é uma droga, infelizmente. E daqui a uns anos, daqui a 20 anos, a gente vai estar olhando e vai falar assim: 'caramba, todos os times, todos os lugares tinham anunciado casos de apostas'".
"Mas o dano que está machucando, está fazendo em tantas pessoas, a gente não tem a real noção ainda do que está acontecendo. Os jogadores estão cada vez mais instruídos pelo próprio clube. O Flamengo deu uma palestra sobre esse assunto. Sobre o que os jogadores podem e não podem. Na Espanha, por exemplo, desde que eu estava lá, em 2015, 2016, falavam todos os anos sobre o que a nossa conduta, e o Flamengo fez isso esse ano. Então, os jogadores estão cada vez mais instruídos para não serem nunca abordados".
FLAMENGO X JUVENTUDE - CAMPEONATO BRASILEIRO - MARACANA - 16-04-2025Gilvan de Souza/Flamengo
Outro tema extracampo presente na coletiva foi sobre o público de 31.445 presentes no Maracanã. Durante a partida, os torcedores protestaram contra o preço dos ingressos.
"O que eu mais quero é que o nosso torcedor nos leve, nos empurre e lote o Maracanã. É um assunto que não é meu, é da diretoria. Não tenho nada a ver com isso. Claro que eu e todos os jogadores trabalhamos sempre pelo torcedor, é o que nos move. Primeiro que é o nosso amor, mas o que mais nos motiva é fazer um gol e o estádio todo vibrar e cantar o seu nome. Claro que é isso que mais queremos".
"Mas a única coisa que eu peço é que a torcida nos apoie, que eles sabem bem como o Maracanã sabe fazer festa. Eu nunca vim, nunca pude participar no Maracanã antigo, nunca pisei nesse Maracanã antigo. Queria muito ter vivido isso como torcedor do Flamengo. E que o torcedor nos acompanhe, precisamos muito do nosso torcedor aqui no estádio para performar, porque os jogadores se motivam muito mais quando a festa é linda da torcida".
Festa dos jogadores do FlamengoGilvan de Souza/Flamengo
Na sequência, Filipe Luís falou sobre a goleada por 6 a 0 sobre o Flamengo. Apesar da vitória elástica, o técnico explicou que tenta colocar o resultado de lado quando faz suas análises e destacou que o time ainda tem pontos para corrigir.
"Estou muito feliz pela vitória, pela eficácia, que vocês cobram tanto aqui em todas as coletivas. Eu sempre digo que tem vezes que a bola vai entrar de um jeito que ninguém espera e tem dias que não vai entrar. Isso é futebol, e os jogadores tem esse poder ofensivo. Mas eu não me iludo com resultado. Sempre, quando analiso, tento colocar o resultado de lado, independentemente de vitória e derrota".
"Hoje, os gols que fizemos cedo nos deram esse poder e confiança. São muitas coisas que sei que fizemos bem, mas também há muitas que não fizemos bem. Um resultado elástico é maravilhoso para o torcedor e para os jogadores ganharem confiança, mas o treinador tem muitas coisas para corrigir, principalmente no primeiro tempo. Fizemos coisas que temos que melhorar".
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