Miguel Borja, velho conhecido do futebol brasileiro, defende o River Plate, adversário do Fluminense Alejandro Pagni / AFP

Rio - Após dois anos, Fluminense e River Plate, da Argentina, se reencontram pela Libertadores. Quis o destino que brasileiros e argentinos se encontrassem novamente na fase de grupos da competição, mas desta vez sem a pandemia para tirar a festa das arquibancadas. O Time de Guerreiros recebe os Millonários nesta terça-feira (2), às 21h (de Brasília), no Maracanã, pela terceira rodada.
Em 2021, o Fluminense voltou a disputar a Libertadores após oito anos e caiu no mesmo grupo que o River Plate. Desde o último encontro, que terminou com vitória tricolor no Monumental de Núñez por 3 a 1, ambos passaram por diversas mudanças dentro de campo. Em entrevista ao DIA, o jornalista argentino Diego Borinsky, da "Cadena 3" e "La Nación Deportes", destacou a nova fase do Millonários.
"O ano passado foi o pior do ciclo de (Marcelo) Gallardo. Cometeu muitos erros e o time não se encontrou. (Martín) Demichelis recuperou muitos jogadores que não estavam funcionando, como González Pírez e José Paradela. O River também contratou muito bem, como Esequiel Barco, Matías Kranevitter, Nacho Fernández, Enzo Díaz e Salomón Rondón. É uma equipe muito vertical e que vive um momento espetacular", disse.
Após conquistar a Libertadores em 2018, o River Plate sofreu diante dos brasileiros. O time argentino foi vice-campeão diante do Flamengo em 2019 e acumulou mais duas eliminações contra Palmeiras (semifinal de 2020) e Atlético-MG (quartas de final de 2021). No ano passado, a eliminação nas oitavas de final para o rival Vélez Sarsfield praticamente selou o fim do ciclo de Marcelo Gallardo no clube. 
"A última vez que o River Plate competiu contra brasileiros no mata-mata da Libertadores foi em 2020, quando perdeu para o Palmeiras, na semifinal. Depois, o River ficou menos competitivo e enfraqueceu. Com Gallardo, o River foi mal contra brasileiros e perdeu muito mais do que ganhou. Já com Demichelis, o River conserva a estrutura e mentalidade de sempre jogar ao ataque", afirmou. 
Favoritismo do Fluminense?
Há dois anos, quando Fluminense e River Plate se enfrentaram pela fase de grupos da Libertadores, o cenário era bem diferente do atual. O Flu, que voltava a disputar a competição após oito anos, não era o favorito. Mas, e agora? Na visão de Diego Borinsky, o Tricolor das Laranjeiras é "a melhor equipe do Brasil" e o River precisará ter uma atenção especial para Germán Cano. 
"Aqui tem se falando que o Fluminense, hoje, é a melhor equipe do Brasil. Vimos que o Germán Cano foi o maior goleador do ano passado. Ele não era muito conhecido aqui, mas teve muitas notícias ultimamente porque marcou muitos gols. Sabemos também que o Marcelo foi contratado e também deu passe de três dedos no Peru (na vitória sobre o Sporting Cristal)", destacou. 
Invencibilidade
Após encerrar o ciclo de Marcelo Gallardo, o River Plate acertou a contratação de Martín Demichelis. O novo treinador manteve a estrutura deixada pelo ex-comandante, mas fez ajustes. Na temporada, o River soma 15 vitórias, três derrotas e apenas um empate. Os Millonários lideram o Campeonato Argentino com 34 pontos - seis de vantagem para o segundo colocado. 
O River Plate chega para enfrentar o Fluminense defendendo uma invencibilidade de seis jogos. Assim como o Tricolor, que teve um mês de abril vitorioso, os Millonários também tiveram. Em sete jogos, foram cinco vitórias, um empate e uma derrota - diante do The Strongest, na altitude de La Paz, na Bolívia, pela Libertadores. Desde então, são seis jogos sem ser derrotado.