Renato Gaúcho em coletiva do FluRener Pinheiro/Fluminense FC
'Viemos para fazer história', diz Renato Gaúcho antes de duelo entre Fluminense e Chelsea
Equipes vão se enfrentar em busca de uma vaga na decisão no Mundial de Clubes
Estados Unidos - Técnico do Fluminense, Renato Gaúcho exaltou a experiência no Mundial de Clubes e, além de valorizar a campanha tricolor no torneio, projetou o duelo com o Chelsea, nesta terça-feira (8), em busca de uma vaga na decisão. As equipes vão se enfrentar às 16h (de Brasília), no MetLife Stadium, em East Rutherford.
"É um privilégio muito grande, para poucos. Não sei quando vou ter uma outra oportunidade novamente. Estou tendo essa felicidade, e para o meu currículo é sem palavras. Estou muito feliz por isso, e com o nosso sucesso. Não viemos só para participar, mas para vencer. Tão deixando, degrau a degrau, estamos em uma semifinal, e muitos não acreditavam", iniciou o treinador em entrevista coletiva.
"Estou feliz por tudo, pelo meu grupo, torcida... Tenho que viver esse momento, meu grupo também. Temos que continuar fazendo história. Já fizemos até aqui? Sim. Estamos felizes? Sim. Representando bem o nosso clube? Sim. Mas queremos mais. Respeitamos muito o Chelsea, tem um grande time, não à toa está em uma semifinal também, terá sempre nosso respeito. Mas o nosso objetivo é fazermos a final. Temos adversários poderosos e vamos ver o que vai dar no final", complementou.
Ao falar sobre o Mundial, Renato Gaúcho ainda relembrou o vice-campeonato na Libertadores da América, em 2008, quando o Flu perdeu para o troféu para a LDU no Maracanã. "Foi uma infelicidade muito grande. São coisas da vida, no momento que você faz uma final, ou você vai ser vencedor ou você vai perder, não tem meio termo. Nós fizemos tudo certo, infelizmente perdemos", analisou.
"Sempre que eu trabalho no Fluminense, como foi naquela época, eu quero vencer. Estou tendo mais essa oportunidade aqui. Viemos para fazer história. Desde o início eu falei, precisamos acreditar. Vamos sempre respeitar nossos adversários, são poderosos, financeiramente são bem melhores do que nós, mas o futebol é decidido dentro do campo. Sempre respeitando o adversário, o que mais tem me deixado satisfeito no meu grupo são as atitudes, a entrega deles dentro do campo e os resultados estão aí", disse.
. Poder financeiro: "Eu não gosto de falar dos outros clubes brasileiros (que eram melhores), eu gosto de valorizar o meu grupo, acho que foi com muita competência que nós chegamos, com muito trabalho, muita humildade e, acima de tudo, acreditando na gente. Desde o início eu falei pra eles que era uma oportunidade, que muitos treinadores gostariam de estar no meu lugar, muitos jogadores gostariam de estar no lugar deles, então temos que viver esse momento aqui. Não sabemos quando teremos um outro momento desse, então é importante a entrega, o foco no trabalho, nos treinamentos, nos jogos, porque nós vamos enfrentar equipes superiores, jogadores muito diferenciados. Então essa concentração foi fundamental. Eles estão conscientes disso, por isso que hoje o Fluminense é o semifinalista. Quando eu falo que é o "patinho feio", com todo o respeito a todos os outros clubes, eu falo em termos financeiros, porque temos que viver a realidade".
"O Fluminense não chega a dez por cento em termos financeiros perto desses grandes clubes. Então esses grandes clubes têm todas as condições de contratar os grandes jogadores. E no momento que você junta os grandes jogadores do futebol mundial, obviamente as suas possibilidades de vencer uma competição aumentam. Por isso que eu falo que o Fluminense sendo o "patinho feio" chegou, justamente por tudo isso que eu falei. Isso não quer dizer que o Fluminense não possa chegar numa final e ganhar. É difícil? Sim, é difícil, mas é para todo mundo. O que vale pra mim são as atitudes que o meu grupo foi tendo dentro do campo, a concentração no trabalho, o foco. Tomamos uma virada (na fase de grupos) porque dormimos durante 15 minutos praticamente. E até foi bom ter acontecido aquilo. Graças a Deus nós viramos o jogo e conseguimos aquela vitória, mas eu falei pra eles que isso aconteceria. São jogadores muito acima da média".
. Análise do Chelsea e postura do Flu: "Sem dúvida alguma, eles têm o ataque muito poderoso. E, em tese, todo o time deles é muito bom, mas eu destaco o ataque. Dois atacantes muito rápidos pelos lados de 1x1 que eu gosto muito, tem o João Pedro que é um grande atacante, um meia que pensa muito o jogo. O ataque é muito poderoso. Eles têm muita velocidade e qualidade com a bola nos pés".
"Procurei analisar bem, não foi uma vez só, mas umas três ou quatro vezes. Conversei com meu grupo, os preparei taticamente para que possamos neutralizar as principais jogadas do Chelsea, que não são fáceis de serem neutralizadas. Sempre procuramos tirar as jogadas principais do adversário, mas com a bola vamos jogar. É o que temos feito nesse Mundial. Eu não posso tirar, de maneira alguma, a confiança que eu passo para o meu grupo. Gosto da posse de bola, que meus jogadores sejam objetivos. Vamos respeitar o Chelsea, mas podem ter certeza de que vamos jogar".
. Esquema tático: "Depende muito do estilo de jogo também do adversário, depende dos atacantes que eles têm em campo, depende da maneira que eu coloco o meu time em campo, porque muitas vezes quando você joga com três zagueiros, o adversário também tem dois atacantes. Então sempre fica na sobra e é importante que os outros dois saiam na caça. Se o meu zagueiro não sair com ele, ele vai receber essa bola, vai virar e aí vai com certeza vai trazer problemas para nós. Então muitas vezes é essencial isso. Por isso que eu falo, depende muito também do esquema do adversário e eu tenho visto também exatamente isso, duelos individuais. Eles são jogadores com uma capacidade muito alta que você tem que evitar".



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