Segurança de restaurante em Ipanema foi chamado de 'neguinho' por moradorReprodução / Redes Sociais

Rio - O Vasco vai cobrar esclarecimentos do Grande Benemérito Aloysio Augusto da Costa, de 83 anos, acusado de injúria racial por um segurança de um restaurante em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Segundo o "ge", ele será chamado pelo clube nos próximos dias para dar explicações.
Apesar do fato ter ocorrido fora das dependências do Vasco, Aloysio pode ser punido, já que clube exige de Grandes Beneméritos uma conduta limpa e correta. Além disso, a luta antirracista é historicamente uma das principais bandeiras do Cruz-Maltino.
Aloysio está sendo investigado pela polícia e teve dois depoimentos adiados por sua defesa. Ele era aguardado na última segunda-feira (12) na 14ª DP (Leblon), mas não compareceu por problemas de saúde, segundo a advogada Tatiana Assayfe de Melo. 
Para o segundo adiamento do depoimento, marcado para quarta (14), a defesa de Aloysio apresentou um laudo alegando que ele foi diagnosticado preliminarmente com demência e Alzheimer. O documento será analisado e deverá ser encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para nova análise de um perito judicial. 
O caso
Aloysio, que mora em frente ao estabelecimento em que Lucas Rodrigues Neves trabalha, reclama, há meses, de um banco colocado próximo ao prédio, para que o segurança visualize melhor o entorno do restaurante. Em uma das ocasiões, o idoso foi filmado chamando Lucas de "neguinho". Aloysio disse, ainda, que o funcionário estava "favelizando" a calçada.
Em outro vídeo, o filho do idoso, também morador, aparece reclamando da presença de Lucas enquanto pedestres reprovam a atitude do homem, o chamando de racista.
Em nota, o restaurante Babbo Osteria afirmou que não tolera qualquer tipo de atitude preconceituosa e que no dia 15 de maio e 11 de junho foram feitos registros de ocorrência, "ambos denunciando atitudes racistas contra um de nossos colaboradores por parte de um vizinho".
O estabelecimento informou, ainda, que está tomando todas as medidas cabíveis para proteger e apoiar o funcionário. "Somos um restaurante que preza pelo respeito e não admitimos qualquer ato de preconceito na casa", finaliza a nota.
Ao DIA, o chef do restaurante, Elia Schramm, disse que está dando todo o apoio necessário a Lucas. "Estamos cuidando para que ele tenha justiça e amparo emocional nesse momento, que é o mais importante", disse.