Momento em que o árbitro aciona o protocolo antirracistaReprodução/SantosTV
São Paulo - O jogo entre Santos e Vasco desta quarta-feira (21), válido pelo Brasileirão sub-20, foi paralisado aos seis minutos do segundo tempo após o zagueiro Lyanco relatar ofensas racistas de um indivíduo que estava na arquibancada atrás de um dos gols da Vila Belmiro, onde estava a torcida do Peixe.
"Segundo o jogador citado (Lyanco), o indivíduo disse as seguintes palavras: 'vou te matar, macaco!'. Outro jogador do Vasco da Gama, 01 sr. Phillipe Gabriel Pires de Oliveira, corroborou com a queixa de seu companheiro de equipe", diz um trecho da súmula da partida.
O árbitro Guilherme Francisco Maciel da Silva e Rosario interrompeu a partida e cruzou os braços em formato de "X" (como pode ser visto na foto acima) para iniciar o protocolo antirracista. Entretanto, sem a possibilidade de identificar o homem em questão e com o aval dos jogadores, a partida foi retomada após sete minutos de paralisação.
"Ao final da partida, foi oferecido a oportunidade dos atletas relatarem a ocorrência às autoridades competentes (boletim de ocorrência), porém decidiram por não fazê-lo", finaliza o árbitro, na súmula.
Por meio de nota, o Santos se manifestou: "Durante a partida do Campeonato Brasileiro Sub-20, entre Santos FC e Vasco da Gama, dois atletas da equipe adversária relataram supostas falas racistas da torcida do Santos FC. Seguindo o protocolo global antirracista, a arbitragem paralisou o jogo e, após diálogo entre as partes envolvidas, incluindo os torcedores presentes na arquibancada, nada foi confirmado. A partida foi reiniciada normalmente e não houve sequer registro de Boletim de Ocorrência".
Leia a súmula:
Aos 6 minutos do segundo tempo, a partida foi paralisada devido a queixa do jogador do Vasco da Gama SAF de número 03, sr. Lyncon Correa Gonçalves, de ofensas racistas vinda de um indivíduo que se encontrava na arquibancada atrás do gol, onde estavam torcedores da equipe do santos futebol clube. Segundo o jogador citado, o indivíduo disse as seguintes palavras: 'vou te matar, macaco!'. Outro jogador do Vasco da Gama, 01 sr. Phillipe Gabriel Pires de Oliveira, corroborou com a queixa de seu companheiro de equipe.
A partida foi imediatamente paralisada, com o gesto contra o racismo feito por mim (árbitro da partida), ambos os jogadores foram ouvidos por mim e pelo diretor do jogo, porém não havia possibilidade de identificação do indivíduo que cometeu as ofensas. Após 7 minutos de paralisação, sem a possibilidade de identificação do indivíduo e aval de ambos os atletas, a partida foi retomada normalmente.
As ofensas foram cessadas e não voltaram a ocorrer durante a partida. Informo que nem eu (árbitro da partida) nem os outros membros da equipe de arbitragem ou diretor de jogo, ouviram tais ofensas. Ao final da partida, foi oferecido a oportunidade dos atletas relatarem a ocorrência às autoridades competentes (boletim de ocorrência), porém decidiram por não fazê-lo.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.