Programa Alfabetiza Guapimirim na Escola Municipal Rui BarbosaFoto: Secom PMG - Redes Sociais

Guapimirim – Cerca de 800 estudantes da rede municipal de ensino de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, passaram pelo programa Alfabetiza Guapimirim, cujo intuito é recuperar o aprendizado pós-pandemia de coronavírus (covid-19). Em 2022, foram mais de 500 alunos e até junho de 2023, mais 300, de acordo com a prefeitura.
O Alfabetiza Guapimirim, idealizado pela Secretaria Municipal de Educação, está completando um ano, foi lançado em meado do ano passado e é voltado a discentes entre o 3º e o 9º anos. Além do público prejudicado pela crise sanitária global, participaram alunos dos 4º e 5º anos em diante que ainda tinham certa dificuldade de leitura, de escrita e de interpretação textual.
Os estudantes puderam despertar a criatividade por meio de jogos caça-palavras e de formar palavras, com um aprendizado divertido e dinâmico, e já conseguem escrever o próprio nome e formar palavras simples.
“O Alfabetiza Guapimirim surgiu há um ano no intuito de resgatar a aprendizagem das crianças pós-pandemia e também porque descobrimos que tínhamos crianças que não tinham leitura nem conheciam uma letra na leitura nem na escrita. Daí, surgiu esse sonho da Secretaria de Educação para que a gente pudesse ter esse olhar voltado para os alunos com essa dificuldade. Em um ano, a gente tem tido resultados muito benéficos com as crianças e com a aprendizagem, relatos de responsáveis e de professores regentes que têm dito que [o programa] está surtindo efeito”, contou uma das coordenadoras do referido projeto educacional, Luciene Cardoso.
Para além das razões óbvias aqui explicitadas, o citado programa também é importante, especialmente para as famílias que não têm condições de pagar uma explicadora para complementar o ensino escolar.
É sabido que devido à pandemia de 2020, medidas restritivas foram impostas como forma de conter o vírus, tais como uso de máscaras, distanciamento e isolamento social. Em Guapimirim, o ensino passou a ser remoto e voltou a ser presencial somente em meados de 2021, depois da existência de vacina e por conta da campanha de imunização em vigor.
O ensino à distância afetou o aprendizado de milhões de estudantes mundo afora, podendo, inclusive, ter agravado o quadro de analfabetismo. No Brasil, é possível pressupor que sim, tendo em vista a necessidade do ensino presencial para crianças e adolescentes e a realidade tecnológica brasileira, na qual uma parte considerável da população não dispõe de acesso à banda larga nem à internet de qualidade ou até mesmo de um computador, por exemplo.
Levantamento feito pela ONG Todos pela Educação, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o número de crianças brasileiras entre 6 e 7 anos de idade que não sabiam ler nem escrever aumentou 66% no ano de 2021 em comparação com 2019. No total, 2,4 milhões de crianças nessa faixa etária não estavam alfabetizadas.