Aos 81 anos, Maria Agusta Rodrigues é tema da exposição carnavalesca Divulgação

Rio – Responsável por apresentações históricas em desfiles que marcaram época entre as décadas de 60 e 70, a carnavalesca Maria Augusta Rodrigues ganhará uma exposição sobre o seu legado para o Carnaval carioca. A mostra, gratuita, será inaugurada no próximo sábado (23), às 13h30, no Sesc Madureira, na Zona Norte.

Na exposição "Cartografias de Augusta", o público vai poder ver desenhos, documentos, projetos e registros das produções da artista ao longo de sua carreira. A mostra visual também conta com obras inéditas de outros integrantes de escolas de samba para demonstrar como o trabalho de Augusta ainda ressoa nos desfiles atuais.

Os curadores Eduardo Gonçalves e Leonardo Antan ressaltam que a artista é um dos poucos nomes femininos entre os "grandes carnavalescos”, além de ser pioneira e responsável por inúmeras transformações na maior festa popular do país.

“Seu trabalho ficou marcado pela originalidade e sempre esteve à frente do seu tempo. Foram desfiles com temas inéditos, uma linguagem lúdica e formas arrojadas. O revisitar da sua obra na exposição ressalta a atualidade do seu legado, que segue influenciando jovens artistas”, explica a dupla.

O projeto, produzido pelo coletivo Carnavalize e contemplado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, conta com esboços inéditos do acervo pessoal de Augusta, croquis, projetos alegóricos, fantasias, documentos e registros fotográficos. A mostra conta, ainda, com obras de 20 artistas convidados, que reinterpretaram as temáticas de intuição e esoterismo, de grande importância na carreira da carnavalesca.

Dentre os nomes dos artistas colaboradores estão: Alex de Souza, Carila Matzenbacher, Jorge Silveira, Julia Gonçalves, Mulambo, André Vargas, Felippe Moraes, Andrea Vieira e Penha Lima.
De acordo com a sinopse da exposição, a partir do seu mapa natal, a mostra cria uma cartografia afetiva que correlaciona aspectos astrológicos com temáticas, métodos e características da obra da homenageada. São alguns desses métodos a coletividade, indicada pelo Sol em Aquário, assim como a força da infância no seu imaginário e dos motivos lúdicos que embasaram a construção dos seus enredos.

O evento conta, ainda, com a presença da bateria do Império Serrano, no dia da abertura, a partir das 17h. A visitação é gratuita e funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 20h, no Sesc Madureira, Rua Ewbank da Câmara, 90. A classificação é livre. A exposição acontece até 10 de dezembro. 

Trajetória
Trabalhando com carnaval há mais de 50 anos, Maria Augusta Rodrigues é responsável por apresentações históricas no Rio de Janeiro. Como carnavalesca, durante a década de 1970, assinou emblemáticos desfiles como "Festa pra um Rei Negro (Pega no Ganzê)", pelo Acadêmicos do Salgueiro, "Domingo" e "O Amanhã" pela União da Ilha do Governador. Augusta também passou pela Tradição, Paraíso do Tuiuti e Beija-Flor de Nilópolis. Seu início foi no Império da Tijuca.
No seu extenso currículo, ela já participou da maior festa popular nacional como artista, figurinista, cenógrafa, comentarista e analista. Atualmente, com 81 anos, ela é jurada do prêmio Estandarte de Ouro.