Rio - A atriz Malu Lazari, que recentemente interpretou a personagem Kézia na 13ª temporada da série Reis, da Record, acredita que o audiovisual brasileiro tem avançado na forma como retrata mulheres – mas ainda há muito a ser conquistado.
“Hoje, vemos um movimento cada vez mais forte para abrir espaço a personagens femininas complexas, com camadas, contradições e histórias próprias, bem longe dos estereótipos tradicionais”, afirma.
Com mais de 10 anos de carreira, a artista começou no teatro ainda criança e já atuou em produções como As Aventuras de Poliana e Malhação. Seu olhar sobre os papéis que aceita é pragmático: ela busca personagens que a tirem da zona de conforto.
“Gosto de viver personagens que me desafiem, que sejam bem diferentes das anteriores. Acho que a gente se apaixona pelos nossos personagens, e é importante ler o roteiro e ter os olhos brilhando.”
Ao relembrar o trabalho como Kézia – jovem adotada sem muitos detalhes revelados no roteiro – Malu destaca o desafio de construir uma história interna para a personagem.
“O roteiro não nos dizia o porquê da adoção. Então meu papel foi estudar e criar essa história com empatia e vulnerabilidade, para que fosse real para quem assiste”, disse.
Lazari também fala sobre a responsabilidade de representar mulheres reais nas telas.
“Muitas dessas personagens representam mulheres que nem sempre tiveram espaço para serem ouvidas. Como atriz, meu compromisso é honrar essas vivências com verdade e sensibilidade”, disse.
Ela acredita que essas representações têm impacto direto no público. “Essas personagens geram identificação, acolhimento e força. Quando uma mulher se vê representada, ela percebe que não está sozinha - e isso tem um impacto profundo”, explica a jovem.
Para ela, o próximo passo é fortalecer a presença feminina também nos bastidores. “Avançamos muito, mas ainda há um longo caminho. Falta mais protagonismo feminino por trás das câmeras — como diretoras, roteiristas e produtoras — e mais espaço para narrativas diversas, que fujam dos padrões já conhecidos”, finaliza.
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