Madri - Desde a destituição de Carles Puigdemont no fim de outubro até a sua prisão neste domingo pela Polícia alemã, esses são os principais marcos da crise catalã:
Independência e destituição
Em 27 de outubro de 2017, o Parlamento catalão proclamou unilateralmente a independência dessa região do nordeste da Espanha, votada por 70 dos 135 deputados.
A resposta do Estado espanhol chegou rapidamente: colocar a Catalunha sob tutela, destituir o governo de Carles Puigdemont, dissolver o Parlamento e convocar eleições regionais em 21 de dezembro.
Puigdemont na Bélgica
Em 30 de outubro de 2017, Puigdemont se asilou em Bruxelas com quatro membros de seu governo destituído. Em 2 de novembro, seu ex-vice-presidente Oriol Junqueras e outros sete de seus conselheiros - cargo semelhante ao de um ministro no Executivo regional - foram presos por "rebelião e sedição".
No dia seguinte, a Espanha emitiu ordens de detenção europeias contra Puigdemont e seus ex-conselheiros que o seguiram até a Bélgica, mas as retirou em 5 de dezembro. Os foragidos poderiam, no entanto, ser detidos, se retornassem à Espanha. Da Bélgica, Puigdemont lançou sua campanha para as regionais.
Vitória dos separatistas
Em 21 de dezembro, os catalães votaram em massa e deram a maioria aos separatistas no Parlamento regional após eleições atípicas, com cargos eleitos sendo detidos por seu papel na tentativa de secessão, e outros, como Puigdemont, no exílio.
Em 29 de dezembro, o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou que a primeira sessão do novo Parlamento regional aconteceria em 17 de janeiro, data a partir da qual começaria um prazo de 10 dias para eleger o presidente catalão.
No dia seguinte, Puigdemont exigiu uma negociação política e que o governo espanhol restaurasse a autonomia catalã. Em 5 de janeiro de 2018, o Tribunal Supremo se opôs à libertação do seu ex-número dois, Oriol Junqueras.
Puigdemont candidato
A Catalunha permanecerá sob a tutela do governo espanhol se Puigdemont tentar governar de Bruxelas, alertou Rajoy. O futuro presidente da Catalunha deve estar presente no Parlamento regional para ser empossado, afirmou em meados de janeiro.
Em 17 de janeiro, o independentista Roger Torrent foi eleito presidente do Parlamento catalão e iniciou as consultas para propor um candidato à presidência regional.
Em 22 de janeiro, o Parlamento catalão nomeou oficialmente Puigdemont como candidato à presidência.O ministro do Interior espanhol assegurou um dia depois que as forças de segurança estavam em alerta para impedir que Puigdemont retornasse a Barcelona de maneira anômica.
O dirigente independentista mostrou seu desejo de retornar à Espanha para sua posse sem correr o risco de ser preso.
Reeleição vetada
Em 27 de janeiro, o Tribunal Constitucional suspendeu a reeleição de Puigdemont prevista para três dias depois, ao obrigá-lo a se apresentar pessoalmente no Parlamento com uma autorização judicial prévia.
Em 30 de janeiro, o presidente do Parlamento catalão decidiu adiar a sessão de posse. Puigdemont manteve sua candidatura.
Renúncia e prisão na Alemanha
Em 1º de março, Puigdemont renunciou a ser presidente da Catalunha, assegurando que defenderia a causa de sua "república" em todas as partes, chegando inclusive a denunciar sua situação ao comitê de direitos humanos da ONU.
Em 23 de março, um juiz espanhol acusou formalmente 25 dirigentes independentistas por seu papel na tentativa de secessão da Catalunha, incluindo 13 por "rebelião", e emitiu ordens de prisão europeias e internacionais contra os seis que fugiram para o exterior, entre eles Puigdemont. A sexta, Marta Rovira, deixou a Espanha no mesmo dia.
Em 25 de março, Puigdemont é detido na Alemanha quando cruzava a fronteira de carro da Dinamarca. Seu advogado detalhou que seu cliente foi preso quando voltava para a Bélgica após uma estadia na Finlândia.