Itália - A notícia correu o mundo. Francisco teria dito em entrevista a um amigo ateu, de 93 anos, que o inferno não existe.
A afirmação papal foi dada a Eugenio Scalfari, fundador do jornal La Repubblica, que publicou a informação. O jornalista, que não usou gravador, teria ouvido do papa sobre as "almas ruins": "Elas não são punidas. Aquelas que se arrependem recebem o perdão de Deus e assumem seu lugar entre as fileiras daquelas que o contemplam, mas aquelas que não se arrependem e não podem ser perdoadas desaparecem. Não existe um inferno, existe o desaparecimento de almas pecaminosas".
A declaração não foi dada ex cathedra, ou seja, desde o trono de São Pedro, e, portanto, não estaria sujeita ao dogma da infalibilidade papal. Ainda assim, caiu como uma pedra nos meios conservadores da Igreja.
Ontem, a Santa Sé alegou que o jornalista fez uma "reconstrução" de uma reunião privada, não uma entrevista. "Nenhuma citação do artigo mencionado deve ser considerada como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre", disse um porta-voz do Vaticano.
Ontem, Francisco foi a uma prisão em Roma e realizou a cerimônia do lava-pés, banhando os pés de 12 presos, sendo dois muçulmanos, um judeu ortodoxo e um budista. "Cada um tem a oportunidade de mudar de vida e não tem de ser julgado", declarou, dizendo-se ele próprio um pecador.
Antes, o papa recomendou a religiosos que sejam "sacerdotes de rua".