Jerusalém - O ministro de Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, rejeitou neste domingo pedidos internacionais de uma investigação sobre a violência na fronteira entre Gaza e Israel, e disse que soldados israelenses agiram corretamente e atiraram apenas em manifestantes palestinos que representavam ameaça. Nos confrontos ocorridos na sexta-feira, 15 palestinos foram mortos e mais de 750 ficaram feridos, de acordo com fontes do Ministério da Saúde da Palestina. Este foi o confronto mais violento na região desde a guerra de 2014 entre Israel e o Hamas
Grupos de defesa de direitos humanos acusam o exército de Israel de usar força excessiva, e tanto o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, quanto a chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, pediram uma investigação.
Em entrevista à radio do exército, Lieberman disse que Israel não vai cooperar com uma possível investigação da ONU. "Do ponto de vista dos soldados de Israel, eles fizeram o que tinha de ser feito", disse. "Acho que todos os nossos soldados merecem elogios, e não haverá uma investigação."
Os protestos na fronteira foram liderados pelo Hamas e seriam o início de uma campanha de seis semanas para derrubar o bloqueio fronteiriço imposto por Israel e pelo Egito depois que o grupo militante islâmico tomou Gaza das forças leais ao seu rival, o presidente palestino Mahmoud Abbas, em 2007. A continuidade desse bloqueio torna cada vez mais difícil para o Hamas governar As manifestações continuaram após as mortes de sexta-feira, mas em escala bem menor.
Os militares israelenses disseram que apenas reagiram a ataques violentos contra soldados. Vídeos, no entanto, mostram pelo menos alguns incidentes em que pessoas parecem ter sido atingidas por tiros quando estavam longe da fronteira ou quando não estavam provocando tumultos.
Segundo Israel, o Hamas está divulgando vídeos que estão incompletos, editados ou que são "completamente fabricados". Os militares dizem que os soldados seguiram corretamente todos os procedimentos e que os manifestantes assumiram o risco ao operar em uma área perigosa.
Na entrevista, Lieberman disse que aqueles que estavam protestando pacificamente não foram feridos, e que quaisquer afirmações diferentes são "mentiras e invenções".