Rio - Os principais jornais ao redor do mundo estão repercutindo a derrota na Suprema Corte que deixou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais perto da prisão da Lava Jato. Os veículos chamam atenção para o possível encarceramento do petista após a rejeição do habeas corpus preventivo no qual ele pedia para exaurir recursos a todas as instâncias em liberdade.
O norte-americano "The New York Times" lançou ao ar em seu portal a manchete: "Ex-presidente brasileiro, 'Lula', pode ser preso, decide Corte". O tradicional jornal afirmou que o julgamento do habeas de Lula "forçou os juízes a enfrentar uma questão com implicações de longo alcance para muitas outras figuras poderosas enredadas na investigação de corrupção em grande escala conhecida como Lava Jato, incluindo o atual presidente, Michel Temer: Em que ponto do processo de apelação pode o réu ser preso?"
O jornal ressaltou que a Corte deu "sua resposta" à questão: decidiu manter o status quo, "em que condenados podem ser encarcerados após decisões de segunda instância". "Com a decisão nas mãos, é esperado de Sérgio Moro, o juiz federal que conduziu as investigações contra Lula, que expeça um mandado de prisão contra o ex-presidente em questão de dias".
Já o "El País", da Espanha, afirmou que, apesar de o Brasil ser o "reino do imprevisível, dos meandros burocráticos, das reviravoltas de última hora, tudo indica que Lula está a ponto de ser tornar um presidiário nos próximos dias".
O veículo destaca que a prisão do ex-presidente terá "enormes consequências políticas" levando em consideração que Lula "encabeçava as preferências de voto para as eleições presidenciais de outubro".
A BBC de Londres também chamou atenção para a proximidade de uma eventual prisão de Lula e sobre os impactos que ela terá nas eleições desde ano. Sobre o julgamento, a emissora ressaltou a "maratona" do Supremo que terminou na madrugada desta quinta-feira, 5.
A emissora também relembrou aos britânicos sobre do que se trata a Operação Lava Jato. "A investigação, nomeada Operação Lava Jato, revelou uma enorme teia de corrupção envolvendo políticos da alta cúpula em um amplo espectro de partidos pegando propinas".