Benitez : eleito com 46,8%  - AFP PHOTO
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Por Heraldo Leite

Brasília - O novo diretor-geral da Itaipu Binacional pela cota brasileira do tratado entre Brasil e Paraguai, Marcos Stamm, não acredita em mudanças administrativas nem de relacionamento com os sócios paraguaios após a eleição do novo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, definida na madrugada de ontem. "As decisões são sempre em consenso e temos uma relação amadurecida ao longo dos anos", garantiu Stamm.

Mario Benítez foi eleito pelo partido conservador Colorado e é tido pelos analistas internacionais como alinhado aos ideais do ex-ditador Alfredo Stroessner.

Stamm informou que os dois países já têm estudos a respeito de um dos anexos do Tratado de Itaipu - que define as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade -, a ser resolvido quando a dívida assumida para a construção da hidrelétrica deverá estar quitada. De acordo com o novo diretor-geral, a dívida atualmente é de US$ 8,2 bilhões. Com o fim da dívida, se for mantida a atual base tarifária, cada margem da usina terá US$ 1 bilhão por ano a mais.

A usina de Itaipu é a maior usina geradora de energia do mundo. A binacional é responsável por gerar, em média, 17% da energia consumida em todo o território brasileiro.

Stamm assumiu semana passada a direção geral de Itaipu, após 13 meses como diretor financeiro executivo.O diretor-geral confirmou a continuidade das ações integradas policiais e fazendárias na vigilância do Lago de Itaipu.

Pobreza é desafio de novo líder
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Mario Abdo Benítez, novo presidente do Paraguai, que deve assumir no próximo dia 15 de agosto, terá como um de seus primeiros desafios o combate à pobreza.
O Paraguai mostra bons resultados nos índices macroeconômicos, com crescimento médio de 4% anual há mais de uma década, apoiado fundamentalmente nas exportações agrícolas. No entanto, o atual presidente Horacio Cartes reconheceu que deixa uma "dívida social".
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Um país rico em hidroeletricidade, mas sem saída para o mar, o Paraguai não consegue reduzir seu índice de pobreza na mesma velocidade em que sua economia cresce. A pobreza afeta 26,4% da população e a informalidade atinge 40% da economia, segundo os especialistas.
"O número de pobres está ligado ao fato de que não há emprego. Só 3% das empresas no Paraguai são grandes empresas. A informalidade faz com que o índice de pobreza seja alto", disse Gladys Benegas, diretora do Instituto de Pesquisas em Competitividade do Paraguai.
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O candidato da direita venceu por uma margem estreita a presidência do Paraguai e agora será obrigado a buscar alianças durante seu mandato de cinco anos depois de seu partido fracassar em obter a maioria absoluta no Senado.
Na eleição dos 45 membros do Senado, o Partido Colorado obteve 18 cadeiras, contra 13 do opositor, o Partido Liberal. Para ter maioria, o governo precisava de 23 assentos no Senado.
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"O povo votou pela unidade e não pela divisão. Eu me comprometo a ser fator de união do Paraguai", afirmou Abdo Benítez em seu primeiro discurso.
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