Uma cúpula entre Trump e Kim Jong-un deve acontecer depois de meses de tensa polêmica e retórica elevada sobre os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang
 - AFP photo / Saul Loeb e Ed Jones
Uma cúpula entre Trump e Kim Jong-un deve acontecer depois de meses de tensa polêmica e retórica elevada sobre os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang AFP photo / Saul Loeb e Ed Jones
Por AFP

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu a entender na noite desta quarta-feira que o anúncio sobre a libertação de três americanos detidos na Coreia do Norte é iminente.

"Como todo mundo sabe, a administração precedente (de Barack Obama) exigiu, durante um longo tempo, que três reféns fossem libertados de um campo de trabalho norte-coreano, mas sem sucesso. Fiquem atentos!" - escreveu o presidente no Twitter.

Conheça os prisioneiros americanos:

Kim Hak-song

Kim Hak-Song trabalhava para a Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang quando foi preso em maio de 2017. Ele foi preso na estação de trem de Pyongyang quando embarcava em um trem que o levaria para sua casa, na cidade chinesa de Dandong. As autoridades o acusaram de cometer "atos hostis" contra o governo.

A universidade norte-coreana, fundada por evangelistas cristãos estrangeiros, abriu suas portas em 2010 e tem alguns professores americanos. Os alunos geralmente são membros da elite norte-coreana.

Kim Sang-duk

Kim Sang-Duk, também conhecido como Tony Kim, foi preso em abril de 2017 no principal aeroporto de Pyongyang, quando se preparava para deixar o país depois de dar aulas por várias semanas. Ele também trabalhava para a Universidade de Ciência e Tecnologia.

Kim era professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Yanbian na China, perto da fronteira com a Coreia do Norte. Segundo o site da instituição, era professor de contabilidade.

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, ele teria cerca de 60 anos de idade. Participava de programas para ajudar crianças em áreas rurais. Yonhap o descreveu como "um homem muito dedicado".

Seu filho indicou no Facebook que a família não recebeu notícias desde a sua prisão.

Kim Dong-chul

Kim Dong-Chul, um empresário de cerca de 60 anos, foi sentenciado em abril de 2016 a 10 anos de trabalho forçado após sua prisão por subversão e espionagem.

Ele foi preso em outubro de 2015, quando recebeu um pendrive com dados relacionados a atividades nucleares e outras informações militares, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA.

Em entrevista à CNN em janeiro de 2016, Kim explicou que recebeu o material de um ex-soldado norte-coreano. Ele acrescentou que era naturalizado americano e morava em Fairfax, na Virgínia.

Contou ainda que administrava na época uma empresa de comércio e de serviços de hotelaria e negócios em Rason, a zona econômica especial da Coreia do Norte, perto da fronteira entre a China e a Rússia.

Um mês antes de seu julgamento, ele apareceu em uma coletiva de imprensa organizada pelas autoridades norte-coreanas para pedir desculpas por ter tentado roubar segredos militares em conluio com a Coreia do Sul. Os serviços de inteligência sul-coreanos negaram a informação.

Às vésperas de cúpula histórica 

A notícia surge às vésperas da histórica cúpula que deve acontecer entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, depois de meses de tensa polêmica e retórica elevada sobre os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang.

Há vários meses, a administração Trump exige de Pyongyang a libertação dos três homens: Kim Hak-song, Kim Sang-duk e Kim Dong-chul.

No domingo passado, em entrevista à Fox News, o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, declarou que, "se a Coreia do Norte libertasse os americanos detidos antes da cúpula" entre Trump e o presidente norte-coreano Kim Jong-un, "seria uma forma de demonstrar sua boa vontade".

A propensão da Coreia do Norte de prender americanos e usá-los como moeda já era conhecida. Muitas vezes, os detidos foram libertados após a visita de personalidades americanas.

 

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