Palestinos fogem de gás lacrimogêneo disparado por forças israelenses perto da fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, em 14 de maio - AFP photo/ Mahmud Hams
Palestinos fogem de gás lacrimogêneo disparado por forças israelenses perto da fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, em 14 de maioAFP photo/ Mahmud Hams
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Haia - O ministro de Relações Exteriores palestino, Riad Malki, pediu nesta terça-feira ao Tribunal Penal Internacional (TPI) a abertura de uma investigação imediata sobre os supostos crimes israelenses cometidos contra a população palestina. A medida agrava as conturbadas relações entre a Autoridade Palestina, apoiada internacionalmente, e o governo do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. As negociações de paz entre as duas partes estão congeladas há mais de quatro anos, e a comunicação entre ambos é mínima.

Os palestinos querem uma investigação sobre as políticas israelenses na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza desde que os palestinos aceitaram a jurisdição do TPI em 2014, disse Malki. Entre tais políticas estão os assentamentos israelenses na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, bem como as mortes na faixa de Gaza, onde forças israelenses mataram mais 100 palestinos durante protestos em massa na região da fronteira desde março, acrescentou o ministro. "Há uma cultura de impunidade em Israel por crimes contra palestinos", afirmou.

O TPI realiza uma investigação preliminar desde 2015 nos territórios palestinos, analisando a política de assentamentos israelenses e os crimes supostamente cometidos pelos dois lados do conflito em Gaza, em 2014. O encaminhamento desta terça-feira pode acelerar a abertura de uma investigação completa, o que poderia resultar na acusação de funcionários israelenses de alto escalão.

Em resposta à movimentação no TPI, o Estado de Israel disse que tem uma visão "severa" sobre o pedido palestino, que chamou de um passo "cínico" e "absurdo". Além disso, Israel acusou os palestinos de incitamento violento e exploração de crianças e mulheres como escudos humanos, acrescentando que o TPI não tem jurisdição sobre o caso, porque Israel não é membro do tribunal

"Israel espera que o TPI e seu promotor não cedam à pressão dos palestinos e se mantenham firmes contra os contínuos esforços palestinos para politizar o tribunal e desviá-lo de seu mandato", disse o país, em comunicado.

Israel não é membro do TPI, mas seus cidadãos ainda podem ser acusados pelo tribunal se forem considerados culpados por crimes no território ou contra uma pessoa dos países que fazem parte do tribunal. O TPI reconheceu a Palestina como um de seus Estados membro em 2015. 

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