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Afeganistão - O grupo radical islâmico Talibã anunciou ontem o primeiro cessar-fogo desde a invasão do Afeganistão por forças lideradas pelos Estados Unidos, em 2001. Em comunicado, foi informada que a interrupção das operações militares ocorrem em função da celebração do Eid al-Fitr, data que marca o fim do Ramadã, período sagrado para todos os muçulmanos. O Eid al-Fitr terá início no próximo dia 16.

Segundo a nota, o grupo afirma que "todos os mujahideen (guerreiros) têm instruções de parar as suas operações ofensivas contra as forças de oposição local (forças afegãs) ao longo do país durante o primeiro, segundo e terceiro dia do Eid al-Fitr". O comunicado também esclarece que "se os guerreiros forem atacados deveriam responder com força e se defender".

O cessar-fogo do Talibã, no entanto, não prevê a interrupção de ataques aos "invasores estrangeiros". Ao contrário, de acordo com a nota do grupo radical islâmico, estes devem ser atacados "em qualquer lugar e em qualquer momento".

A trégua do Talibã segue a decisão do presidente afegão Ashraf Ghani, que anunciou, na quinta-feira passada, um período de oito dias de cessar-fogo unilateral por parte do governo na ofensiva contra o grupo radical. A interrupção dos ataques por parte das forças afegãs tem como objetivo coincidir com o festival de três dias que marcam o encerramento do Ramadã, período sagrado para os muçulmanos.

Desde que foi eleito, em 2014, o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, já tinha feito outras propostas de cessar-fogo ao grupo. Desta vez, porém, não foi pedida nenhuma contrapartida por parte do Talibã. "O cessar-fogo é uma oportunidade para eles refletirem sobre sua violenta campanha, que não está conquistando os corações e mentes dos afegãos, mas está alienando-os de sua causa", argumentou o presidente.

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