Kofi Annan, em foto de 2018 - AFP / Arquivo
Kofi Annan, em foto de 2018AFP / Arquivo
Por O Dia

Rio - Morreu, aos 80 anos, o ganense Kofi Annan, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e Prêmio Nobel da Paz. A morte ocorreu na madrugada deste sábado em um hospital em Berna, na Suíça, segundo informou a fundação Kofi Annan em suas redes sociais. Ele teria sido internado às pressas, mas não resistiu. 

"É com imensa tristeza que a família Annan e a Fundação Kofi Annan anunciam que Kofi Annan, antigo secretário-geral das Nações Unidas e Prêmio Nobel da paz, faleceu pacificamente no sábado, (18 de agosto, após uma pequena doença", diz o comunicado da fundação nas redes sociais. A causa da morte ainda não foi divulgada e não há informações sobre o seu funeral.

António Guterres, atual secretário-geral da ONU, emitiu um comunicado expressando sua "profunda tristeza". "De muitas formas, Annan era a ONU. Ele subiu dentro da organização para liderá-la ao novo milênio, com dignidade e determinação", escreveu. O português disse que Annan foi seu mentor e indicou que, "em tempos turbulentos", ele nunca deixou de agir. 

Primeiro negro com cargo de chefe da ONU 

Nascido em 1938 em Gana, Kofi Annan foi o primeiro negro a assumir o cargo de chefe da Organização das Nações Unidas, a ONU, onde ficou por dois mandatos, entre 1997 e 2006. Economista de formação, ele estudou nos Estados Unidos e na Suíça. 

A importância de Annan à frente da ONU também ganha destaque a partir do momento que ele coloca em pauta na organização temas a pobreza, refugiados, o subdesenvolvimento e a Aids.

Ele também serviu como enviado especial da ONU na Síria, onde liderou esforços para encontrar uma solução pacífica para o conflito. Annan mantinha uma estreita amizade com Sergio Vieira de Mello, o brasileiro que liderou a ONU por algumas das maiores crises humanitárias e que morreu há 15 anos em Bagdá. 

Inclusive, Annan teve seu mandato marcado pela decisão de denunciar como "ilegal" a guerra de George W. Bush no Iraque. Depois disso, ele passou a ser alvo de ataques por parte da diplomacia americana. Meses depois de sua declaração, Annan viu seu filho acusado de envolvimento em escândalos de corrupção.

Em 2001, ganhou juntamente com a ONU no Nobel da Paz. Entre as motivações estava a criação do Fundo Global de Luta contra a Aids, Tuberculose e Malária e seu trabalho para tornar o mundo mais pacífico. 

O africano ficou abalado com a ofensiva contra ele e sua família e, por meses, chegou a perder sua voz. Ele deixa mulher e três filhos. 

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