Paris - Uma auditoria financiada pelo governo da França concluiu que 840 pontes no país enfrentam problemas sérios e correm o risco de um eventual desabamento. O governo do presidente Emmanuel Macron já prometeu mais gastos em infraestrutura, mas o assunto ganhou mais força após o desabamento da ponte de Morandi na vizinha Itália neste sábado, que matou 43 pessoas.
As conclusões da auditoria foram publicadas neste domingo pelo 'Journal du Dimanche'. Segundo o texto, entre as 12 mil pontes mantidas pelo governo da França, um terço precisava de reparos e 7%, ou cerca de 840 pontes, apresentavam "risco de colapso" nos próximos anos e poderiam ser fechadas.
O estudo não abrange as milhares de outras pontes francesas mantidas pela iniciativa privada ou por governos locais. Ministra do Transporte, Elisabeth Borne afirmou na semana passada que a manutenção de pontes era uma "prioridade" no governo atual.
Tráfego
Na última terça, um trecho de 200 metros da ponte de Morandi cedeu na hora do almoço, período de intenso tráfego, cortando a principal ligação terrestre da cidade com o sul da França.
A rede de televisão italiana RAI, afirmou que o engenheiro responsável pelo projeto, Riccardo Morandi, alertou que a estrutura da ponte precisaria passar por manutenção constante contra corrosão. O alerta foi feito num relatório publicado 12 anos depois da inauguração da ponte.
À época, o engenheiro disse que já havia informações a respeito de uma "perda de resistência química superficial do concreto" por causa da maresia e da poluição de uma usina siderúrgica perto dali.
A operadora italiana de rodovias Autostrade per l'Italia, que administrava a ponte, destinou 500 milhões de euros (US$ 572 milhões) em investimentos à cidade portuária para ajudar na recuperação do desastre. As investigações do desabamento devem durar meses até que peritos estabeleçam as causas do desastre.