Ajuda humanitária enfrenta dificuldades para chegar aos locais afetadas, já que estradas estão bloqueadas e aeroportos danificados. Saques à supermercados tem crescido  - AFP
Ajuda humanitária enfrenta dificuldades para chegar aos locais afetadas, já que estradas estão bloqueadas e aeroportos danificados. Saques à supermercados tem crescido AFP
Por AFP

Indonésia - O número de mortos no terremoto e tsunami que atingiram, na sexta-feira, a ilha indonésia de Célebes subiu para 844 neste domingo, depois que os serviços de emergência encontraram mais corpos entre os escombros na cidade devastada de Palu. A previsão é de que o número de mortos continue a subir pois ainda há pessoas desaparecidas e as buscas entre os escombros não param.  

A maior parte das vítimas foi registrada em Palu, cidade de 350.000 habitantes na costa oeste da ilha Célebes, segundo a Agência de Gestão de Desastres. Mas as autoridades e diversas ONGs também estão preocupadas com a situação na região de Donggala, mais ao norte.

Corpos dispostos na rua em Palu, Indonésia. Equipes de resgate ainda tentam achar sobreviventes do terremoto e do tsunami de sexta-feira - AFP PHOTO / BAY ISMOYO

O diretor do programa de Save The Children, Tom Howells, destacou que o acesso às zonas afetadas é um grande problema que dificulta os resgates. "As organizações de ajuda e as autoridades locais se esforçam para alcançar várias comunidades ao redor de Donggala, onde tememos grandes danos materiais e a possível perda de vidas humanas em grande escala", declarou Howells.

Os hospitais não conseguem receber todas as vítimas e muitos feridos recebem atendimento ao ar livre. Alguns estabelecimentos sofreram muitos danos com o terremoto. Aviões com material e alimentos começaram a chegar à cidade.

Buscas por sobreviventes entre os escombros não param. Ainda há muitos desaparecidos e o número de mortos pode subir - AFP

Segundo o chefe do conselho para os investimentos do governo, Tom Lembong, o presidente Jokowi aceitou ajuda internacional para a urgente resposta e assistência após o desastre. Lembong acrescentou que as Forças Armadas, o Ministério de Exteriores e outras instituições ajudam a coordenar o setor público.

Os saques à supermercados tem aumentado já que esta é a única opção, pois a ajuda não chega à cidade indonésia de Palu. As autoridades indonésias anunciaram que não pretendem punir os saqueadores e que os proprietários de estabelecimentos comerciais serão compensados.

Pessoas fazem longas filas para buscar gasolina, além de outros mantimentos em falta - AFP

A ajuda chega de modo lento. As autoridades estão transportando cozinhas móveis com capacidade de proporcionar 36.000 refeições diárias. Também prometeram milhares de colchões, cobertores e pacotes de macarrão instantâneo.

Enterros em massa

Uma fossa coletiva foi feita por voluntários para enterrar as centenas de vítimas do terremoto seguido por tsunami ao mesmo tempo que as equipes de emergência tentavam encontrar sobreviventes nos escombros. Os enterros começaram nesta segunda-feira. 

A decisão para abrir uma vala voluntária foi com o objetivo de acelerar o processo e assim  prevenir a propagação de epidemias. Somente vítimas identificadas serão enterradas. 

Fossas comunitárias começaram a ser construídas neste domingo. Enterros das centenas de vítimas já identificadas começou nesta segunda-feira. Decisão foi tomada para acelerar o processo e evitar a propagação de doenças - AFP

Dezenas de agências humanitárias e ONGs ofereceram ajuda ao país, mas o envio de material à região é muito complicado: estradas estão bloqueadas e os aeroportos muito danificados.

"Não temos muita comida. Só conseguimos pegar o que estava em casa. E precisamos de água potável", disse à AFP Samsinar Zaid Moga, uma moradora de 46 anos de Palu.

Estradas estão bloqueadas dificultando a chegada da ajuda humanitária - AFP

 

 

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