Paris - Uma foto do presidente Emmanuel Macron posando com um jovem que faz um gesto obsceno durante uma visita à ilha francesa de Saint-Martin, no Caribe, gerou indignação na França, apesar dos esforços do governante para minimizar o fato.
A imagem em que Macron aparece sorridente ao lado de dois jovens, um deles pouco depois de sair da prisão e outro que faz um gesto com o dedo médio, foi imediatamente condenada pela líder da extrema-direita, Marine Le Pen.
"Nem sequer encontramos palavras para expressar nossa indignação. Francamente, a França não merece isso. É imperdoável", escreveu no Twitter a presidente do partido Reunião (ex-Frente Nacional).
Macron respondeu à ex-candidata às eleições presidenciais francesas durante uma coletiva de imprensa em Saint-Martin, neste domingo: "A razão pela qual lutei para ser eleito contra Marine Le Pen e que estou aqui hoje é porque gosto de todos os jovens da República, independente das bobagens que possam ter feito", respondeu Macron.
Tu peux faire un doigt mais surtout tu m’appelles Monsieur le Président pic.twitter.com/AG88pi8S9i
— MadameMich (@MdameMichu) September 30, 2018
Outros membros da oposição criticaram a imagem. "O presidente da República em uma foto com um jovem que faz um gesto obsceno com o dedo. RIP a dignidade da função presidencial", tuitou um representante do principal partido de oposição a Macron, Os Republicanos (LR), Jean-Jacques Giannesini.
Macron tentou minimizar a polêmica e contou à imprensa no domingo que depois da foto, os dois o apresentaram a uma jovem com deficiência queria cumprimentá-lo. Também afirmou que seu objetivo é ajudar a juventude e que "não se tira nada dos discursos de ódio".
O presidente Macron, em um momento de queda da popularidade nas pesquisas, protagonizou outra polêmica no mês passado quando disse a um jovem jardineiro desempregado "se atravessar a rua, consigo te arranjar um emprego".
Em junho um vídeo em que o presidente repreende um adolescente por chamá-lo de "Manu" e pede respeito também viralizou. Muitos, comparando sua reação, criticaram nesta segunda-feira a diferença de comportamento de Macron.
Macron visitou Saint-Martin no primeiro aniversário da passagem do furacão Irma.
Um ano depois, apenas um terços das estruturas danificadas foram reconstruídas.