Juan Guaidó em discurso  - AFP
Juan Guaidó em discurso AFP
Por AFP

Caracas - O conselho permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aceitou, nesta terça-feira, o enviado do líder opositor venezuelano Juan Guaidó como representante permanente até que haja novas eleições na Venezuela.

Após um debate acalorado e ante a oposição da delegada do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, Gustavo Tarre foi aceito como "representante permanente nomeado da Assembleia Nacional da Venezuela ante a OEA" em uma resolução aprovada por 18 votos a favor, nove contra, seis abstenções e uma ausência.

O governo da Venezuela reagiu acusando a OEA de validar um "golpe de Estado". "Com o ilegítimo aceite de um fantoche político (...) a OEA valida o plano de golpe de Estado iniciado em 23 de janeiro passado", afirmou a Chancelaria em comunicado, referindo-se à data que Guaidó se autoproclamou presidente interino.

O texto foi submetido a votação após uma emenda da Jamaica, que modificou o projeto inicial apresentado pela Colômbia, com o apoio de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Paraguai e Peru.

O Conselho Permanente da OEA, que reúne os embaixadores dos 34 membros ativos da organização, resolveu finalmente "aceitar a nomeação do senhor Gustavo Tarre como representante permanente designado da Assembleia Nacional, na pendência da realização de novas eleições e da nomeação de governo democraticamente eleito".

Além disso, o conselho decidiu solicitar ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, a transmissão do texto ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A resolução adotada reconhece "que a autoridade presidencial de Nicolás Maduro carece de legitimidade e que, portanto, suas nomeações para cargos públicos não têm a legitimidade necessária".

O texto indica que a última assembleia geral da OEA, órgão máximo da organização, declarou ilegítimo em junho passado as eleições em que Maduro foi reeleito e lembra que o conselho permanente nao reconheceu Maduro em 10 de janeiro e destacou a autoridade constitucional da Assembleia Nacional (Parlamento), eleita em 2015.

Em favor da nomeação de Tarre votaram Argentina, Bahamas, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia.

Além da Venezuela, se manifestaram contra Antígua e Barbuda, Bolívia, Dominica, Granada, México, São Vicente e Granadinas, Suriname e Uruguai. Barbados, El Salvador, Guiana, Nicarágua, Saint Cristóvão e Nevis e Trinidad e Tobago se abstiveram, enquanto Belize esteve ausente.

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