Rússia diz que organização de controle de armas químicas da ONU está 'politizada'
Organização entrou em acordo no ano passado para estabelecer um mecanismo que identificava os responsáveis pelos ataques químicos, medida que a teve forte oposição da Rússia e da Síria
Nações Unidas - O embaixador da Rússia na ONU acusou nessa sexta-feira o organismo de controle de armas químicas das Nações Unidas de estar "politizado" e seu mandato "descarrilado", após Moscou apresentar um projeto de reforma no Conselho de Segurança.
Os diplomatas ocidentais temem que a medida proposta pela Rússia tenha como objetivo debilitar a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), organismo em questão, que lidera os esforços para investigar os ataques químicos na Síria.
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"Estamos trabalhando para que a Opaq volte aos trilhos, porque saiu da pista e agora está muito politizada", disse o embaixador Vassily Nebenzia em entrevista coletiva.
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"Sempre foi um órgão técnico onde predominou o consenso, e agora vemos que está completamente politizado, com uma agenda política de várias partes".
"Queremos que a Opaq volte para onde estava", disse.
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Em consonância com o que disse Nebenzia, o texto preliminar visto pela AFP indica "com preocupação a contínua politização do trabalho da Opaq", que "reduz significativamente a eficiência das atividades da organização".
O projeto de resolução estabelece que o Conselho de Segurança - onde a Rússia tem poder de veto - seja o único órgão internacional que pode impor medidas em países que violem a Convenção Sobre Armas Químicas.
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O embaixador não especificou quando esperava que o conselho votasse sobre a medida apresentada nessa quinta-feira, dizendo que as negociações estavam em curso.
A Opaq entrou em acordo no ano passado em estabelecer um mecanismo que identificava os responsáveis pelos ataques químicos, medida que a teve forte oposição da Rússia e da Síria.
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Os países do ocidente pressionaram após os relatórios da Opaq com a confirmação do uso de armas químicas na Síria, assim como o ataque com um agente neurotóxico contra o ex-espião russo Sergei Skripal na cidade inglesa de Salisbury, em março de 2018.
Agora essas potências pedem à nova equipe de investigação que comece a trabalhar para identificar os culpados por um ataque mortal na cidade síria de Douma, em abril de 2018.