
De acordo com a investigação, uma rede de cuidadores teriam introduzido memórias falsas nas crianças , por meio de sessões de psicoterapia e eletrochoques, a fim de que elas acreditassem terem sofrido abuso sexual por parte de seus pais. O objetivo era tirar os menores de suas famílias para vendê-los por milhares de euros para uma rede de adoção.
A operação policial chamada “Anjos e Demônios” e coordenada pela procuradora-adjunta Valentina Salvi começou em 2018, após a polícia receber denúncias sobre o caso. Os envolvidos foram acusados de abuso de menores , ferimentos graves, peculato (desvio de bens públicos), abuso de poder, fraude judicial e fabricação de provas.
Entre outros métodos, a rede de cuidadores falsificava relatórios, forjava desenhos infantis para acrescentar detalhes de natureza sexual, fazia as crianças descreverem falsamente as casa de seus pais como abandonadas e encenava peça em que assistentes sociais se vestiam de monstros para representar os seus pais e tentar prejudicar os menores.
Os policiais ainda apreenderam dezenas de presentes e cartas de carinhos entregues pelos pais às crianças e que haviam sido escondidos em um depósito pelos assistentes sociais . O jornal italiano La Repubblica relatou um episódio em que uma menina comentou não se lembrar de ter acusado os pais de abuso e de ter afirmado que não queria mais vê-los.
O ministro da Família e Deficiência na Itália, Lorenzo Fontana, afirmou que uma comissão de inquérito deve ser criada para ajudar na investigação de suposta "lavagem cerebral" em crianças . "O que está emergindo da operação 'Anjos e Demônios' é de uma gravidade espantosa", comentou.