Protestantes fazem ato em aeroporto de Hong Kong - AFP
Protestantes fazem ato em aeroporto de Hong KongAFP
Por AFP

Hong Kong - A polícia de Hong Kong lançou bombas de gás lacrimogêneo e atirou com balas de borracha neste domingo em manifestantes pró-democracia perto do Escritório de Representação do governo chinês, durante um protesto que reuniu milhares de pessoas nas ruas, desafiando a proibição imposta pelas autoridades.

Os confrontos ocorreram um dia depois de incidentes violentos. No sábado, a polícia também usou essas medidas de sorça contra participantes de um protesto em Yuen Long, cidade próxima da fronteira com a China, que também tinha sido proibido pelas autoridades.

A polícia e os manifestantes viveram horas de um impasse tenso, depois que dezenas de milhares de manifestantes realizaram uma série de marchas não autorizadas pela cidade.

Um grupo de cerca de 200 manifestantes se dirigiu ao Escritório de Representação do governo chinês em Hong Kong, onde encontraram um grande contingente de agentes do Batalhão de Choque protegendo o prédio, cuja fachada já tinha sido alvo, na semana passada, de ovos e pichações de manifestantes.

Por um megafone, a polícia pediu para os manifestantes interromperem sua "reunião ilegal", antes de darem início à chuva de balas de borracha e bombas de gás.

Os manifestantes responderam lançando pedras, mas foram repelidos por agentes com cassetetes.

Várias prisões foram feitas no local. Dois jornalistas ficaram feridos e foram atendidos. Os confrontos terminaram abruptamente por volta de 23h30 locais, quando manifestantes de forma coordenada deixaram rapidamente a região, entrando em diversos acessos às estações de metrô.

Mais cedo, um grupo maior tinha se concentrado no popular distrito comercial de Causeway Bay, onde a presença policial era menos ostensiva. Os manifestantes ergueram barricadas e bloquearam uma grande via, enquanto lojistas corriam para fechar as portas.

A multidão de concentrou no coração de Hong Kong. A polícia tinha autorizado um protesto parado em um parque, mas proibiu que o grupo marchasse pelas ruas.

No sábado, o Batalhão de Choque lançou bombas de gás lacrimogêneo de deu tiros com balas de borracha em Yuen Long, após um encontro tenso com os manifestantes, que lançaram objetos e cercaram um veículo da polícia. O confronto se intensificou nas estações ferroviárias da cidade, onde chegaram a se formar poças de sangue.

Os manifestantes de Yuen Long protestaram contra a agressão a militantes pró-democracia por integrantes de gangues violentas, no domingo passado. Segundo fontes dos hospitais, esses ataques deixaram 45 feridos.

A polícia informou a prisão de 13 pessoas no sábado, entre elas o jovem ativista Max Chung - que tinha tendado negociar a permissão da marcha em Yuen Long -, acusados de incitar uma reunião ilegal.

Hong Kong mergulhou na pior crise de sua história recente depois que milhões de manifestantes tomaram as ruas e de confrontos violentos esporádicos entre a polícia e pequenos grupos de manifestantes radicais.

As manifestações foram desencadeadas por um projeto de lei polêmico que teria permitido extradições para a China continental, mas evoluíram para um apelo por reformas democráticas mais amplas. Pequim condenou os atos violentos, classificados como "absolutamente intoleráveis".

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